Privatização da TAP? "Injetámos dinheiro para perder"

Miguel Sousa Tavares concorda com a privatização de 49,9% da TAP, mas realça que os portugueses "ainda vão continuar a pagar" pela empresa, uma vez que o Estado e os trabalhadores ainda continuam a deter a maior parte do capital da empresa.

Miguel Sousa Tavares

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Natacha Nunes Costa
11/07/2025 09:38 ‧ há 3 horas por Natacha Nunes Costa

Política

Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares defendeu, na noite de quinta-feira, na CNN Portugal, que a privatização de 49,9% da TAP é algo positivo e que o processo sofreu vários "erros" ao longo dos anos, por parte dos governos de Pedro Passos Coelho e António Costa.

 

"Até hoje estou para perceber porque é que a TAP precisou de 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes depois de ser renacionalizada. Ninguém se lembrou de ver quanto é que valia a TAP no mercado? Porque os 3,2 mil milhões de euros é mais do dobro daquilo que a TAP está avaliada. Injetámos dinheiro para perder. É óbvio que os contribuintes nunca mais serão ressarcidos", atirou o comentador.

Para Sousa Tavares, apesar a privatização, "os portugueses ainda vão a pagar pela TAP", uma vez que o Estado e os trabalhadores continuam a deter a maior parte do capital da empresa.

"Dizem que a TAP tem de ter a maior do capital público porque é uma empresa estratégica para Portugal […]. Tudo o que se faz pode ser feito por uma companhia privada. Havendo mercado há serviços, havendo procura há oferta. Agora, o que uma companhia privada provavelmente não fará é estar a custear rotas políticas como, por exemplo, com a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, onde a TAP só perde dinheiro, só se mantém em nome da CPLP. São rotas que estão ao serviço desses países e não de Portugal", atirou.

Processo de privatização da TAP descolou finalmente?

Recorde-se que o Governo anunciou, na quinta-feira, 10 de julho, que deu o pontapé de saída para a reprivatização da TAP.

O decreto-lei foi aprovado pelo Executivo e ainda terá de ser promulgado pelo Presidente da República, sendo que o objetivo  é levar o caderno de encargos a Conselho de Ministros dentro de 15 dias e o processo concluído dentro de um ano, embora o calendário esteja dependente de aprovações regulatórias.

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O Governo espera ter as quatro etapas do processo de reprivatização da TAP concluídas no prazo de um ano, embora o calendário esteja dependente de aprovações regulatórias. Qual é o objetivo do Governo? O que está em causa no decreto-lei da privatização? O Notícias ao Minuto preparou um guia com cinco perguntas e respostas sobre este tema. 

Beatriz Vasconcelos | 08:15 - 11/07/2025

O Governo assegurou que o objetivo da privatização de 49,9% da companhia aérea portuguesa passa, por entre outras coisas, "recuperar o investimento público".

"Recuperar o investimento público, melhorar o serviço aos passageiros e garantir que a TAP continua a crescer com sede em Portugal", assegurou o Executivo de Luís Montenegro, enumerando uma série de benefícios desta decisão para os "portugueses", como "melhorar o serviço para os passageiros".

"O que ganham os portugueses" com a privatização da TAP? Governo responde

"Recuperar o investimento público, melhorar o serviço aos passageiros e garantir que a TAP continua a crescer com sede em Portugal": é isto que ganham os portugueses com a privatização da TAP, cujo pontapé de saída foi dado na quinta-feira, segundo o Governo. 

Notícias ao Minuto | 08:59 - 11/07/2025

Quem não concorda com a decisão é o PCP, Livre, BE e PAN, que classificaram o arranque do processo de reprivatização da TAP como "uma opção errada", questionando "a pressa" do Governo.

Leia Também: "O que ganham os portugueses" com a privatização da TAP? Governo responde

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