"Recuperar o investimento público, melhorar o serviço aos passageiros e garantir que a TAP continua a crescer com sede em Portugal": é isto que ganham os portugueses com a privatização da TAP, cujo pontapé de saída foi dado na quinta-feira, segundo o Governo - mas nem todos os partidos políticos partilham desta opinião.
Numa publicação partilhada nas redes sociais, o Executivo explica que o objetivo é vender 49,9% da companhia aérea de bandeira portuguesa.
Além disso, refere que isto é "o que ganham os portugueses com esta decisão":
- Recuperar o dinheiro que o Estado investiu: "A entrada de um parceiro privado será o primeiro passo para recuperar o valor para o Estado";
- Melhorar o serviço para os passageiros: "Com mais rotas, mais aviões e maior investimento, a TAP poderá oferecer um serviço mais competitivo. Criar sinergias com um investidor de referência sem pesar no bolso dos contribuintes";
- Atrair capital privado para valorizar a companhia: "A venda será feita a um investidor do setor - ou seja, uma companhia aérea - ou a um consórcio liderado por esse investidor estratégico, com provas dadas e capacidade para fazer crescer a TAP";
- Proteger o interesse nacional: "O Estado manterá influência estratégica sobre a TAP, protegendo as rotas essenciais para Portugal - como as ligações com os Açores, Madeira, África e América do Sul";
- Gerar valor para o futuro: "O Governo quer maximizar o retorno de forma responsável e faseada: reforçar o emprego e as competências no setor da aviação, da engenharia, da manutenção";
- Manter a TAP em Portugal, a ligar o país ao mundo: "A primeira fase da privatização assegura que a sede e o centro operacional da TAP se mantêm em Lisboa - protegendo rotas estratégicas e a conectividade direta com os principais destinos internacionais".
Governo assegurou que "preocupações" de Marcelo seriam "colmatadas"
De sublinhar também que o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou, na quinta-feira, que o Governo teve o cuidado de garantir que as "preocupações" do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em relação ao processo de reprivatização da TAP seriam "colmatadas".
"Foi preocupação do Governo garantir que essas preocupações estavam colmatadas. […] Acreditamos que não temos problemas desse ponto de vista. Bom senso é o que se pede hoje aos partidos todos, porque a TAP anda em ziguezagues. Já foi pública, já foi privatizada, ainda antes do 25 de Abril, depois foi nacionalizada… Chega. Tanto para os trabalhadores, como para os portugueses, como para o país, como para potenciais investidores. É preciso chamar os partidos que defendem a privatização da TAP e vamos criar uma plataforma sustentável", disse Miguel Pinto Luz, em entrevista à RTP.
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