Seis dos 10 partidos na AR defendem reconhecimento da Palestina

Seis dos 10 partidos portugueses com representação no Parlamento apresentaram hoje projetos de resolução no hemiciclo em que defendem que Portugal reconheça o Estado da Palestina, com o Governo a travar a decisão, argumentando ser necessário prudência.

Debate ; Parlamento ; AR

© REUTERS

Lusa
11/07/2025 13:10 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Médio Oriente

O Partido Comunista Português (PCP), Bloco de Esquerda (BE), Livre, Pessoas, Animais e Natureza (PAN), Juntos Pelo Povo (JPP) e Partido Socialista (PS) defenderam que tal é uma solução para o conflito israelo-palestiniano e que esse reconhecimento deve ter emn conta as fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental.

 

O Livre defendeu num projeto de resolução, além do reconhecimento "urgente" do Estado da Palestina, a "suspensão imediata" do Acordo de Associação entre a União Europeia (UE) e Israel.

Por sua vez, o PS recomenda ao Governo que proceda ao "reconhecimento imediato" do Estado da Palestina e que "mobilize a ação junto das instituições da União Europeia para que esta adote posição comum no mesmo sentido", com o PAN a manifestar preocupação com os Direitos Humanos.

Chega e CDS-PP manifestaram-se contra o reconhecimento do Estado palestiniano, argumentando que, primeiro, têm de ser respeitadas pressupostos, como o fim do Hamas, o acordo de cessar-fogo e a libertação de todos os reféns ainda em poder do movimento de resistência palestiniano.

A Iniciativa Liberal (IL), por sua vez, recomenda ao Governo uma "estratégia equilibrada e responsável para promover uma solução pacífica e sustentável para o conflito israelo-palestiniano".

O debate, desencadeado por uma proposta de resolução do PCP, levou o líder dos comunistas, Paulo Raimundo, a considerar que Portugal, tal como outros países europeus, está na "lista da vergonha" ao não reconhecer o Estado da Palestina.

Paulo Raimundo admitiu que o reconhecimento do Estado palestiniano, "por si só", "não resolve a situação dramática do povo na Faixa de Gaza e agora também na Cisjordânia", mas torna-se "simbólico" num conflito que já provocou milhares de mortos, "sobretudo mulheres e crianças".

"Ou o Estado português continua com as mãos manchadas de sangue pela criminosa ocupação da Palestina ou dá um sinal político que se impõe e reconhece o Estado da Palestina", sustentou Raimundo.

Perante a presença no hemiciclo da embaixadora da Palestina em Lisboa, Rawan Sulaiman, a deputada do BE, Mariana Mortágua, acusou o Governo de cumplicidade ao "fingir que não vê o genocídio em curso e em direto", estimando que a História "irá julgar os criminosos".

Jorge Pinto, do Livre, argumentou que Israel comete crimes contra a humanidade e genocídio, sublinhando que "começam a faltar palavras para a inação do governo português e da União Europeia (UE)".

"Ao reconhecer o Estado da Palestina, Portugal estará do lado certo da História", afirmou, defendendo a "suspensão imediata" do Acordo de Associação entre Israel e a UE, terceiro maior parceiro comercial dos israelitas.

Para João Torres, do PS, "o reconhecimento do Estado Palestiniano deixou de ser apenas um ato simbólico, mas um imperativo ético É a esperança da paz, perante a crueldade e a verdade".

Do lado oposto, o Chega, através de Pedro Pessanha, acusou a esquerda de "escândalo moral", pois nenhum dos partidos que defendem o reconhecimento da Palestina como Estado independente criticou "os atos terroristas do Hamas", com outro deputado do mesmo partido, Ricardo Dias Pinto, a lembrar que existem duas "visões inconciliáveis".

"Uma da esquerda, com um exibicionismo ideológico, outra, do Chega, com realismo e pragmatismo. [O terror tem de ser defendido, o Hamas destruído, os reféns libertados e Gaza com um governo legítimo, sem infiltrações de terroristas", frusou.

"Nada do que aconteceu foi causado por Israel, mas sim pelos terroristas do Hamas, cujas práticas inaceitáveis levaram a 1.200 mortes e 251 reféns", afirmou, por seu lado, o deputado do CDS-PP João Almeida.

"Qualquer decisão de reconhecimento sem que tudo esteja resolvido é apoiar o terrorismo. Por isso exige-se a libertação imediata e segura dos reféns, uma Autoridade Palestiniana responsável, a desmilitarização e desarmamento do Hamas e das Milícias que o rodeiam e o reconhecimento do Estado palestiniano por parte de Israel", disse.

Paulo Neves (PSD) argumentou que o Governo de Luís Montenegro acompanha "com proximidade a questão da Palestina" e que é a favor de um Estado Palestiniano num "território limpo de grupos terroristas, como acontece na Faixa de Gaza".

"Só assim teremos um estado verdadeiramente independente. O PSD apoia a posição da libertação de todos os reféns em poder do Hamas, a destruição do Hamas e eleições em todo o território palestiniano. Só depois, Portugal reconhecerá o Estado palestiniano. Estamos , assim, do lado certo da história, com uma Palestina independente, sem que seja refém de qualquer grupo terrorista", concluiu.

A votação das várias moções será efetuada no final dos trabalhos parlamentares da manhã.

Leia Também: Starmer compromete-se a "reconhecer Palestina" em solução de dois Estados

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