"Qual é, à data de hoje, o calendário oficial e atualizado para a reabertura integral da Linha da Beira Alta?", questionou Aida Carvalho, numa pergunta endereçada a Miguel Pinto Luz.
O pedido da socialista é subscrito pelos deputados José Carlos Barbosa, Frederico Francisco, André Pinotes Batista, Hugo Oliveira, Humberto Brito, Marina Gonçalves e Pedro Coimbra.
A deputada lembrou que, em dezembro de 2024, o ministro das Infraestruturas comprometeu-se com a reabertura integral da linha "no primeiro trimestre de 2025" e questionou "por que motivo o prazo não foi cumprido".
"Quais os fatores concretos que continuam a impedir a reabertura total da linha, nomeadamente nos troços entre Mangualde e Pampilhosa?", é outra questão enviada a Miguel Pinto Luz.
Aida Carvalho quer também saber se o Governo mantém o compromisso de que a Linha da Beira Alta, após a sua reabertura, "estará equipada com todas as condições técnicas para responder às necessidades do transporte internacional de mercadorias".
Quanto ao transporte de passageiros, a deputada questionou a tutela sobre o modelo de serviço que a CP "planeia oferecer na Linha da Beira Alta após a sua reabertura total".
"Deve ser ambicioso, ajustado às necessidades reais da região, garantindo mais frequência, mais serviços e melhor qualidade de serviço, promovendo uma mobilidade mais acessível, atrativa e eficaz", sugeriu.
Aida Carvalho sublinhou ainda que "não deve ser abandonada a perspetiva de uma ligação ferroviária direta entre Lisboa e Porto pelas Beiras, valorizando as cidades e populações do interior, historicamente menos servidas pelas grandes infraestruturas nacionais".
Na pergunta ao ministro das Infraestruturas, recorda-se que a modernização da Linha da Beira Alta, de 193 quilómetros, entre a Pampilhosa, no distrito de Coimbra, e Vilar Formoso, no distrito da Guarda, é um dos projetos ferroviários "mais relevantes" do país.
Integrado no Corredor Internacional Norte, o projeto tem um investimento estimado de cerca de 500 milhões de euros para reforçar a ligação ferroviária entre o litoral e o interior, bem como a ligação com Espanha.
As intervenções em curso incluem a renovação integral da infraestrutura ferroviária, a eliminação de passagens de nível, a reabilitação de estações, a construção de variantes e a instalação de sistemas de sinalização de última geração.
Da empreitada destaca-se a construção da Concordância da Mealhada, que permitirá encurtar o trajeto entre Lisboa e Porto.
"Contudo, a execução da obra tem enfrentado dificuldades técnicas, contratuais e logísticas, que provocaram desvios significativos em relação ao calendário inicial", constatou Aida Carvalho.
A circulação ferroviária está suspensa desde abril de 2022, tendo sido reabertos, entretanto, os troços Mangualde-Celorico da Beira, Celorico da Beira-Guarda e Guarda-Vilar Formoso.
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