"Neste momento, o ponto não tem a ver com aquilo que é o executivo ou aquela que será uma candidatura. É Carlos Moedas que se candidata, candidata-se para mais quatro anos e, portanto, é isso que estamos a fazer. Ainda há muitas discussões a ter, ainda estamos num ponto em que a primeira decisão a tomar é o candidato, e o candidato Carlos Moedas pede humildemente aos lisboetas mais quatro anos para governar a cidade", afirmou o presidente da autarquia lisboeta.
O autarca do PSD falava aos jornalistas à margem da apresentação de um projeto para estacionamento noturno para residentes na cidade, após ser conhecida a decisão de que irá recandidatar-se à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro.
Questionado pela agência Lusa sobre quando será apresentada a sua candidatura, Carlos Moedas indicou que essa apresentação formal está agendada para o dia 16 de julho, às 18h30.
Nesta ocasião, o social-democrata estava ao lado do seu número dois na Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, do CDS-PP, a quem agradeceu o trabalho em conjunto durante este mandato, mas recusou adiantar se o centrista voltará a integrar a sua candidatura: "Isso não é uma discussão para hoje, nem faria qualquer sentido".
"Na minha lista, vou integrar muitas pessoas e muitas pessoas que estão em partidos que não são o meu partido [PSD], que estão em partidos mais de centro-direita ou mais de centro-esquerda. No espetro de que eu considero o espetro da democracia, da tolerância e da moderação", declarou Carlos Moedas, ressalvando que ainda não conhece as equipas dos outros candidatos, numa alusão à possível coligação entre PS, BE, Livre e PAN.
Reforçando que está "acima dos partidos" e a governar com as pessoas, o social-democrata explicou que não representa "apenas aquilo que é um partido ou outro partido", mas sim "uma maneira nova de fazer política, uma maneira de estar na moderação da política, com assertividade, contra os extremos".
"Quem se identifica com essa política junta-se a mim e, portanto, essas pessoas têm lugar e podem ser de outros partidos, obviamente", reforçou, indicando que recebe apoios de todos os partidos, contando até ter "muitos votantes" que são socialistas, porque "não se identificam" com as atuais posições do PS.
Referindo que se recandidata numa coligação sob o lema 'Por ti, Lisboa', o autarca do PSD defendeu que ainda tem "muito a dar aos lisboetas" e manifestou a "grande frustração" de governar em minoria, com "uma oposição que sistematicamente tenta travar tudo", dando, como exemplo, a gestão municipal "sem ter nenhuma receita de capital", inclusive com a venda de património.
"Mudei toda a minha vida para ser presidente da Câmara de Lisboa. É o que mais gosto de fazer na vida e quero continuar, porque penso que posso trazer às pessoas. Se eu sentisse que não podia trazer mais nada, eu não me candidatava", disse Carlos Moedas, acrescentando que, antes de desempenhar este cargo, estava numa situação confortável fora da política.
Questionado sobre o que pretende fazer mais pela cidade, o social-democrata apontou para parcerias com o setor privado para responder à crise habitacional: "As soluções para a habitação não podem ser ideológicas. Nunca conseguimos fazer essas parcerias com os privados".
Além da recandidatura do social-democrata Carlos Moedas, foram já anunciadas as candidaturas de Alexandra Leitão (PS), João Ferreira (CDU), Carolina Serrão (BE), Ossanda Líber (Nova Direita), José Pinto Coelho (Ergue-te) e Bruno Mascarenhas (Chega) à presidência da Câmara de Lisboa.
No atual mandato (2021-2025), o social-democrata Carlos Moedas governa Lisboa sem maioria absoluta, após ter sido eleito pela coligação Novos Tempos - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.
O atual executivo integra também três vereadores do PS (elegeu cinco, mas perdeu dois após várias renúncias aos mandatos, cumprindo a lista da candidatura em coligação), três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.
[Notícia atualizada às 18h02]
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