Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

"Tenho detetado alguns problemas auditivos no PS"

Rui Rio respondeu desta forma a Ana Catarina Martins. Líder parlamentar do PS manifestou-se "seriamente preocupada" com o possível início de um caminho "de normalização política do Chega por parte do PSD".

"Tenho detetado alguns problemas auditivos no PS"
Notícias ao Minuto

11:50 - 04/11/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política Rui Rio

"Tenho detetado alguns problemas auditivos no PS. Tenho um amigo otorrinolaringologista que pode dar uma ajuda". Foi deste modo, e num tom de ironia, que Rui Rio respondeu ao Partido Socialista que, na pessoa de Ana Catarina Mendes, a líder parlamentar, desafiou o presidente do PSD a esclarecer se fará uma revisão constitucional como contrapartida de um acordo com o Chega para a viabilização de um Governo liderado pelos sociais-democratas nos Açores.

Em declarações à agência Lusa, esta terça-feira, Ana Catarina Mendes procurou salientar a ideia de que não pretende interferir na autonomia política açoriana na sequência das últimas eleições regionais, das quais resultaram a perda da maioria absoluta por parte dos socialistas, mas manifestou-se "seriamente preocupada" com o possível início de um caminho "de normalização política do Chega por parte do PSD".

Na perspetiva da presidente do Grupo Parlamentar do PS, se esse caminho "de normalização do Chega pelo PSD", que se poderá iniciar nos Açores, se estender à política nacional, isso terá "sérias consequências nefastas para a democracia portuguesa".

Ana Catarina Mendes sustentou que, "perante o desafio que a extrema-direita do Chega fez a Rui Rio, o presidente do PSD tem agora a obrigação de dizer ao país se tenciona sentar-se à mesa com esse partido para fazerem uma revisão constitucional, ou uma futura aliança para Portugal".

"Quem normalizar a existência do Chega, está neste momento a atacar a democracia.PSD ajudou a construir os princípios estruturantes da nossa democracia. Uma ligação à extrema-direita, ao Chega, é uma capitulação sobre os valores democráticos", considerou a líder parlamentar do PS.

Questionada se o PS com esta linha de ataque ao PSD não está a repetir o discurso dos dirigentes da equipa de Pedro Passos Coelho em outubro e novembro e de 2015, quando se insurgiram contra uma solução de Governo do PS suportada pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV, Ana Catarina Mendes rejeitou essa tese.

"Sempre fui defensora de que em democracia há sempre alternativas. Desde que haja maiorias confortáveis dentro dos parlamentos, os partidos devem saber fazer as leituras política da situação em cada momento. Não estou aqui a colocar em causa a existência de um Governo de direita ou de um Governo de esquerda no quadro regional dos Açores. Estou a falar das consequências muito nefastas para a democracia portuguesa decorrentes de uma atitude de normalização do Chega", justificou.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório