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Isabel Moreira pede "algum decoro" no "ataque pidesco à Rita Rato"

Deputada do PS defende escolha da comunista para a direção do Museu do Aljube. "Não quero esse país. O do respeitinho. Quero criatividade. Essa que levou a que se escolhesse a Rita Rato", escreveu.

Isabel Moreira pede "algum decoro" no "ataque pidesco à Rita Rato"
Notícias ao Minuto

18:54 - 15/07/20 por Notícias Ao Minuto

Política Museu do Aljube

Isabel Moreira escreveu um texto, que partilhou no Facebook, esta quarta-feira, onde defende Rita Rato na polémica resultante da nomeação da comunista para a direção do Museu do Aljube, em Lisboa.

Numa publicação intitulada "Ainda a Rita Rato", a deputada do PS começa por sublinhar que acha "ótimo" que "se faça uma revisão das votações" da nomeada enquanto deputada: "Estou a ver, com interesse, a pureza cristalina com que dedos em riste analisam a posição da então Deputada em vários votos relativos a regimes políticos e direitos humanos"

"Curiosamente, muitas das pessoas que lhe apontam o dedo", prossegue Isabel Moreira, "gente pura da direita que ama a democracia e os diretos humanos, nunca é confrontada com as suas próprias votações".

Para sustentar este ponto de vista, a socialista recorda casos que mereceram votação na Assembleia da República: "Assim de repente, estou a lembrar-me da quantidade de votos que condenaram a política miserável de Israel de anexação, uma política violadora do direito internacional e dos direitos humanos, que vem contando com a conivência de uma certa ala parlamentar", começa por descrever. 

Em seguida, na mesma publicação, lembra a "conivência dessa mesma ala parlamentar com Trump e Bolsonaro" , porque "política é política, já sabemos, não contem com eles para condenarem veemente actos bárbaros daqueles atuais agressores dos direitos humanos ou para condenarem inúmeros atentados ao direito internacional cometidos pelos EUA". "Aqui, o PS também não se safa. Nem eu, portanto", destaca. 

Em terceiro lugar, aponta o que diz ser a "longa conivência com um regime angolano ditatorial e corrupto, do chumbo do voto de condenação da prisão de ativistas daquele país". "Querem mais? Algum decoro neste ataque pidesco à Rita Rato. Já nem falo no sexismo aviltante".

De volta à questão propriamente dita, Isabel Moreira frisa que "quem está de boa fé já percebeu que os amigos dos preteridos no concurso não resistiram a expelir a raiva da sua classe. O elitismo subjacente à barulheira recorda-nos o que de pior se tem escrito sobre esta pátria".

"Faz-se uma tempestade porque um museu marcadamente político vai ser dirigido por alguém com um perfil marcadamente político. Queriam que fosse um senhor historiador. Ou uma senhor da museologia. Respeitinho. Lamento. Não quero esse país. O do respeitinho. Quero criatividade. Essa que levou a que se escolhesse a Rita Rato", precisa a deputada socialista.

Para Isabel Moreira, "era o que faltava que a diretora de um museu político tivesse de ser historiadora", considerando que "tem de ter um projeto" e "saber rodear-se das pessoas certas". "A Rita sabe fazer isso tudo. Não pede desculpa por ser comunista, já agora. E não nos deve explicações por ter sido escolhida", conclui.

Recorde-se que a ex-deputada comunista Rita Rato Fonseca foi escolhida para dirigir o Museu do Aljube Resistência e Liberdade, em Lisboa, revelou no passado dia 7 à agência Lusa fonte da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).

Este processo contou com diversas candidaturas e resultou na seleção de Rita Rato Fonseca, "que se destacou pelo projeto apresentado e pelo desempenho nas entrevistas realizadas com o júri", indica a EGEAC. Rita Rato iniciará funções como diretora do Museu do Aljube Resistência e Liberdade no próximo dia 01 de agosto.

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