PEV e CGTP defendem "direitos dos trabalhadores" de Sines e Pego
O líder parlamentar do Partido Ecologista 'Os Verdes', José Luís Ferreira, defendeu hoje a necessidade de "garantir os direitos dos trabalhadores" das centrais termoelétricas de Sines e do Pego, medida que a CGTP acompanha.
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Política Trabalho
"Nós não podemos mandar foguetes ao ar porque o Governo decidiu antecipar o encerramento só por si. Isto não chega. Como ecologistas temos também as preocupações sociais", disse José Luís Ferreira à Lusa, acrescentando que estão em causa "cerca de 700 trabalhadores".
Notando que "é muita gente, são centenas de trabalhadores cujas famílias dependem também dos rendimentos dessas pessoas", o líder parlamentar de 'Os Verdes' mostrou-se convicto de que "é possível compatibilizar tudo".
"Nós conseguimos defender o ambiente e conseguimos também tratar das pessoas", vincou.
O PEV e a CGTP estiveram hoje reunidos na Assembleia da República, em Lisboa, a pedido da central sindical.
"É preciso garantir os direitos dos trabalhadores, sobretudo dos trabalhadores subcontratados que trabalham para a EDP ou para a operadora do Pego, por um lado, e por outro lado também tivemos oportunidade de dizer à CGTP aquilo que dissemos na discussão do programa de Governo -- é preciso garantir que não há qualquer tipo de compensação para as operadoras que estão a explorar as centrais de carvão", frisou.
O deputado do PEV defendeu, por isso, que "do ponto de vista contratual, não há qualquer obrigação do Estado nessas indemnizações".
De acordo com o ecologista, no que toca à central de Sines, "o contrato já acabou em 2017", e o contrato relativo à central do Pego "vai acabar no ano em que o Governo prevê o encerramento da central".
"E, portanto, não haverá qualquer compensação para essas operadoras, e nós queremos também ter essa garantia do Governo", frisou.
No discurso que proferiu no dia em que tomou posse, o primeiro-ministro anunciou que o seu novo Governo está preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em setembro de 2023.
Contudo, o executivo ainda não se referiu a como será feita a gestão dos postos de trabalho.
Também em declarações à Lusa no final da reunião, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos apontou que "mais do que anunciar o encerramento destas centrais, importa o Governo tomar medidas imediatamente para salvaguardar os postos de trabalho e encontrar alternativas, mas também para garantir o desenvolvimento económico e social daquelas regiões".
"Nós estamos a falar de muitas centenas de postos de trabalho que podem, pura e simplesmente, desaparecer. E não se pode anunciar o encerramento, neste caso concreto destas duas centrais, sem primeiro tomar as medidas preventivas para garantir o emprego e, particularmente, para assegurar os rendimentos daqueles trabalhadores", que "estão também ligados também ao próprio desenvolvimento económico e social daquelas regiões", salientou.
De acordo com o dirigente sindical, a CGTP vai procurar "sensibilizar os partidos políticos para este problema" e pôs em marcha "uma ação muito forte juntos dos trabalhadores nos locais de trabalho" e junto também das populações.
"Também vamos solicitar audiências às autarquias, para que todos possamos assumir uma posição que não é contra o encerramento das centrais, porque isso vai ser inevitável, mas é para evitar que amanhã nós possamos ter problemas graves do ponto de vista social", indicou Arménio Carlos, notando que "isso faz-se atempadamente".
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