PSD de Castelo Branco considera que Rio não tem condições de continuar
A Distrital do PSD de Castelo Branco defendeu hoje que o líder do partido, Rui Rio, não tem condições de continuar, depois de ter obtido "o pior resultado de sempre" em legislativas, disse à agência Lusa o presidente daquele órgão, Luís Santos.
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Política Eleições
"Estamos naturalmente desiludidos. Estes não eram, de todo, os resultados que esperaríamos. A nível nacional, estamos a falar do pior resultado de sempre em termos percentuais numas eleições legislativas e, perante isto, é necessária uma mudança", afirmou, em declarações à agência Lusa.
Questionado sobre se esta mudança passa pela saída de Rui Rio, o líder da distrital de Castelo Branco assumiu que "neste momento, [Rui Rio] não tem condições para continuar a liderar o partido, tendo em consideração os resultados obtidos".
Olhando para o mapa eleitoral, Luís Santos mostra-se preocupado não só com a perda percentual, mas com a perda de deputados em toda a faixa do interior, nomeadamente em Castelo Branco, mas também na Guarda, Portalegre, Évora e Beja.
Segundo defende, a atual Comissão Política não tem forma de "branquear" estes resultados e tem de "assumir responsabilidades".
Em relação à altura em que essa mudança deve ser efetivada, este dirigente explica que não é muito favorável à ideia de antecipar eleições e considera que é preferível seguir o calendário do PSD, que já tem eleições diretas previstas para janeiro.
Eleito em julho para a Comissão Política Distrital do PSD de Castelo Branco, Luís Santos era o número dois da lista social-democrata ao círculo de Castelo Branco, mas não conseguiu a eleição.
Um resultado que não correspondeu às expectativas, mas que não o leva a seguir o raciocínio de demissão defendido em termos nacionais, isto porque, diz, o que aconteceu em Castelo Branco é paradigmático da "estratégia errada" que foi definida pela Comissão Nacional do PSD, "sem qualquer tipo de articulação com as estruturas locais".
Este responsável lembra que o nome da cabeça de lista pelo círculo foi escolhida e anunciada dois dias antes de ele próprio ser eleito, numa situação que não desrespeita os estatutos mas que foi vista como falta de "respeito" pelos órgãos locais.
"Bastava aguardar três/quatro dias para que se pudessem articular as políticas e para podermos estar em sintonia. Mas preferiram organizar as coisas de outra forma e acabaram por colocar areia na engrenagem", aponta.
Luís Santos garante que o está em causa não é o facto de não ter sido eleito, mas sim o facto de o distrito ter perdido representatividade e reitera que a Comissão Política Distrital também não fugirá a responsabilidades, pelo que vai "analisar os resultados" e continuar a trabalhar no sentido de fortalecer o partido.
O PS venceu as eleições legislativas de domingo com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos, quando falta atribuir os quatro mandatos da emigração, segundo os resultados finais provisórios
De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna, o PSD foi o segundo partido mais votado, com 27,90% dos votos e 77 deputados.
Elegeram ainda deputados para a Assembleia da República BE (9,67% dos votos e 19 deputados), CDU (6,46% e 12 deputados), CDS-PP (4,25% e 5 deputados), PAN (3,28% e 4 deputados), Chega (1,30% e 1 deputado), Iniciativa Liberal (1,29% e 1 deputado) e Livre (1,09% e 1 deputado).
O PS venceu sem maioria absoluta, para a qual precisaria de, pelo menos, 116 deputados.
Estão ainda por apurar quatro deputados, dois pelo círculo eleitoral da Europa e dois pelo círculo fora da Europa.
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