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Incêndios? "Não achei bonito o Governo estar a sacudir a água do capote"

O presidente do PSD critica a forma como o Governo geriu o combate ao incêndio de Mação e os comentários que, nomeadamente o ministro Eduardo Cabrita proferiu sobre a atuação da autarquia.

Incêndios? "Não achei bonito o Governo estar a sacudir a água do capote"
Notícias ao Minuto

09:09 - 25/07/19 por Natacha Nunes Costa

Política Rui Rio

Uma vez apagados os incêndios no terreno, o líder do PSD Rui Rio lançou duras críticas ao Governo, na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Rádio Observador, sobre a atuação da tutela no combate.

De acordo com o líder social-democrata, o Executivo de António Costa "não conseguiu responder com eficiência, porque a área ardida é imensa" e ainda "chutou as responsabilidades para o lado".

"Não achei bonito o Governo estar a sacudir a água do capote para cima dos autarcas com as matas e florestas ainda a arder", criticou numa clara alusão às declarações de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna sobre o presidente da Câmara de Mação.

Ainda sobre os incêndios, Rui Rio revelou que nos próximos dias vai reunir-se com os autarcas locais, atingidos pelos fogos dos últimos dias, "à procura de mais informação".

Outro dos temas abordados no programa Sob Escuta, foram as recentes acusações de Rui Rio ao PS de cópia do programa eleitoral. Quanto a essa questão, o líder laranja esclareceu que os socialistas “não são tão primários para copiar proposta por proposta”. Contudo, “depois do PSD anunciar várias propostas”, relacionadas por exemplo com a carga fiscal, o PS “repetiu o que o PSD” disse.

“É nesse sentido que é uma cópia. A cópia é esta, na questão da natalidade e das creches e eles também proporem soluções. Mas a verdade é que estiveram lá quatro anos e não fizeram nada disso”, esclareceu.

Já sobre as sondagens, que dão maioria ao PS e pouco mais de 20% dos votos ao PSD, Rui Rio desvaloriza.

"Se não acreditasse que conseguia a ganhar o que estava aqui a fazer? Não estava aqui a fazer nada. Há sondagens que são para moralizar e outras para desmoralizar. E eu não gosto nada de jogos", afirmou aproveitando para revelar que a sua principal tarefa neste momento "é puxar pelo ânimo das pessoas", porque os resultados das sondagens vão "exigir mais da campanha eleitoral" do PSD.

Ao contrário do que indicam as sondagens sobre o resultado das legislativas, as eleições na Madeira parecem, segundo Rui Rio, estar garantidas.

"Claro que o objetivo na Madeira é ter maioria absoluta e o PSD tem todas as condições para isso e conseguindo a governação sozinho", garantiu.

Sobre uma possível demissão da liderança do PSD, caso perca as eleições em outubro, Rui Rio não quis responder diretamente, disse apenas que "nessa altura" logo vê o que fazer.

"Fui eleito para estar aqui durante 2 anos, vou cumprir, e nessa altura vejo a situação. Agora vou concentrar-me e fazer esta tarefa o melhor possível. Na altura logo pensamos. A minha preocupação é ganhar a eleição. Agora concentro-me é nisso", sublinhou.

Outras das polémicas que tem envolvido Rui Rio é a elaboração das listas do PSD para as legislativas de outubro. Apesar de pedir "lealdade à direção" o líder dos social-democratas admitiu a possibilidade de incluir "críticos nas listas". Contudo, não quis apontar, nesta entrevista, nomes concretos.

Sobre o alegado veto do nome de Hugo Soares para a lista de Braga, Rio não quis responder. "Não confirmo, nem desminto", disse. "Na terça-feira veem as listas e quem é que está e não está em cada uma delas".

A saída de Castro Almeida da vice-presidência do PSD deixou Rui Rio visivelmente consternado. O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto garante que esta saída "não tem gravidade nenhuma", mas que é do foro interno do PSD e não é para estar a debater em entrevistas. Adianta ainda que não concordou com a decisão de Castro Almeida, mas que os motivos da mesma "têm de perguntar a ele".

Se ficou desiludido com este 'voltar de costas', Rui Rio foi perentório: "Não interessa se fiquei desiludido".

Ainda quanto a desilusões. Estará o líder do PSD ofendido com o parceiro da família política e atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por este estar, muitas vezes, do lado do Governo?

"Claro que torna mais difícil, mas também é claro que o Presidente da República não está sentado em Belém para facilitar o trabalho da oposição. Claro que gostávamos que ele desse mais apoio, mas quem é o Presidente da República é ele e ele é que tem de saber", frisou.

Debatido também foi o caso das 'presenças fantasmas', cujo processo, tem duas deputadas do PSD como arguidas.

Rui Rio recusou dizer se Emília Cerqueira e Maria das Mercês Borges poderiam ser ou não incluídas nas listas, mas anunciou que todos os candidatos vão ter de assinar um compromisso.

"Os candidatos a deputados do PSD vão todos assinar - senão, não são candidatos - um compromisso que, se tiverem uma qualquer condenação em primeira instância, automaticamente suspendem o cargo. Transitando em julgado, demitem-se", afirmou, acrescentando que não contam consigo para "dependurar pessoas na praça pública" porque é contra isso.

[Notícia em atualização]

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