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Miguel Relvas vê nas palavras de Marcelo "injeção de ambição à direita"

O antigo dirigente do PSD Miguel Relvas classificou hoje as declarações do Presidente da República como "uma injeção de ambição dirigida à direita portuguesa", considerando "totalmente desadequado" transformar um aviso sobre a crise da direita "numa questão sistémica".

Miguel Relvas vê nas palavras de Marcelo "injeção de ambição à direita"
Notícias ao Minuto

17:42 - 04/06/19 por Lusa

Política Miguel Relvas

"Desvalorizar a posição de Estado que o Presidente da República demonstrou, e tem demonstrado, em relação ao sistema político revela bem o estado de negação em que alguns atores políticos se encontram neste momento", afirmou o antigo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Passos Coelho, numa resposta escrita enviada à Lusa.

Questionado sobre a análise feita, na sexta-feira, pelo Presidente da República de que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos", Miguel Relvas -- que atualmente é apenas militante de base do PSD -- disse interpretar as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa como "uma injeção de ambição dirigida à direita portuguesa".

"O Presidente da República demonstrou uma vez mais ser o referencial de confiança, de equilíbrio e de lucidez do atual sistema político em Portugal [...]. Deu, uma vez mais, um contributo decisivo para a necessidade de termos uma oposição forte que possa garantir os equilíbrios do sistema político democrático", defendeu.

Miguel Relvas lamentou ainda que "alguns atores políticos" tenham pretendido desvalorizar a posição do chefe de Estado, numa crítica implícita ao presidente do PSD, Rui Rio, que discordou do Presidente da República e considerou que a crise é do regime.

"Querer transformar as palavras do senhor Presidente da República numa questão sistémica parece-me totalmente desenquadrado", reforçou.

Miguel Relvas classificou o atual Governo do PS como "situacionista" e considerou que, nestes casos, o sistema político "só funciona em plenitude quando a oposição consegue apresentar um projeto ambicioso que não se limite a identificar os pequenos ganhos que pode retirar do situacionismo governamental".

Na sexta-feira, numa intervenção na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, o Presidente da República considerou que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos" e defendeu que, num contexto destes, o seu papel "é importante para equilibrar os poderes".

Marcelo Rebelo de Sousa comentava os resultados das eleições europeias de 26 de maio, declarando que Portugal tem agora "uma esquerda muito mais forte do que a direita" e que "o que aconteceu à direita é muito preocupante".

No sábado, o líder do PSD, Rui Rio, discordou da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão "otimista" e "superficial", já que a crise é "transversal" ao regime.

"A crise não está só à direita, a crise está no regime comum todo. Neste momento está à esquerda no poder e, portanto, disfarça à esquerda. Mas, o problema é transversal, nós temos uma crise efetiva de regime, com um descrédito muito grande de todo o sistema partidário, não é à direita nem à esquerda", declarou.

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