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Berardo "não caiu do céu" e "não foi invenção de si próprio"

O cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, defendeu hoje que o empresário Joe Berardo "não foi uma invenção de si próprio", mas de uma conjuntura em que "havia um Governo que queria controlar a banca".

Berardo "não caiu do céu" e "não foi invenção de si próprio"
Notícias ao Minuto

23:41 - 13/05/19 por Lusa

Política Paulo Rangel

"Nós não queremos mais 'Berardos' em Portugal", defendeu Paulo Rangel, num comício em Santa Maria da Feira (Aveiro), em que defendeu a importância da reforma da união bancária e da união económica e monetária na União Europeia.

Na sua intervenção, Paulo Rangel afirmou que personalidades como o comendador Joe Berardo existiram em Portugal "para que a Caixa Geral de Depósitos assaltasse o BCP, e a Caixa e o BCP ficassem nas mãos de gente próxima do governo socialista de José Sócrates".

"É que Berardo não caiu do céu, Joe Berardo não é uma invenção de si próprio. É uma invenção de uma conjuntura político-económica em que havia um governo que queria controlar a banca e o usou a ele", acusou.

"Agora dizem que é um produto tóxico, mas quando foi instrumental para tomar conta do BCP, o produto não era tóxico. Estava muito bem e nessa altura estavam ministros que ainda hoje estão no Governo de António Costa", acrescentou.

O Presidente da República e o primeiro-ministro comentaram hoje a prestação do empresário Joe Berardo na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos, com António Costa a considerar que Portugal está "seguramente chocado com o desplante" e disse esperar que o empresário pague "o que deve" ao banco público.

Num comício, que começou com uma hora de atraso, mas que encheu a plateia inferior do auditório do Europarque (com capacidade para cerca de 700 pessoas), Rangel voltou a reiterar a ambição de vencer as europeias de 26 de maio e fez um trocadilho com a sua vitória em 2009 ao então candidato do PS Vital Moreira.

"Tal como em 2009 ganhámos ao candidato Vital, agora em 2019 vamos ganhar ao candidato virtual", afirmou, acusando o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, de "precisar de António Costa em todas as iniciativas que faz".

No dia em que o INE divulgou dados segundo os quais a carga fiscal aumentou 6,5% em 2018 face ao ano anterior, representando 35,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e atingindo o valor mais alto desde 1995, Rangel voltou a acusar o Governo de António Costa de "impostos máximos e serviços públicos mínimos".

Apontando exemplos concretos no Serviço Nacional de Saúde, como os piores resultados na saúde materno-infantil, ou na segurança de pessoas e bens, como os atrasos da reconstrução das casas destruídas nos incêndios de 2017, Rangel acusou Costa de "dar com uma mão" mais 10 ou 15 euros nos salários e pensões, para "tirar com as duas" em impostos indiretos.

"Isto não são contas certas, são contas secretas (...). A recuperação de rendimentos é uma miragem: as contas não são certas, ou são secretas porque ninguém as vê ou não desertas porque são uma miragem no deserto", afirmou, num discurso de quase 40 minutos, em que acusou Costa de ser "o grande artista da política portuguesa".

No comício de Santa Maria da Feira marcaram presença o secretário-geral do PSD, José Silvano, e o vice-presidente e líder da distrital de Aveiro Salvador Malheiro, que discursou e desafiou os militantes e simpatizantes do partido a "encarar as eleições europeias como se de autárquicas se tratassem".

"Temos a obrigação de falar com todos", afirmou, num apelo aos eleitores para que não se abstenham e para que votem no dia 26, mesmo que "não necessariamente no PSD".

No primeiro comício da campanha oficial, as bandeiras da União Europeia apareceram pela primeira vez no palco.

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