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PCP quer perda de remuneração para violações ao Estatuto do Deputado

O PCP quer que haja perda de remuneração quando for verificado "um vício" no cumprimento do Estatuto dos Deputado, mesmo que seja resolvido, conforme defendeu recentemente na subcomissão de Ética do parlamento.

PCP quer perda de remuneração para violações ao Estatuto do Deputado
Notícias ao Minuto

18:03 - 24/05/17 por Lusa

País Parlamento

"Na nossa opinião, deve implicar a perda de retribuição enquanto o período em que o vício permaneceu ativo e não haver uma espécie de perdão relativamente ao passado porque foi corrigido o vício", afirmou hoje o deputado comunista Jorge Machado numa reunião da Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas.

O deputado do PCP argumentou que "este problema já foi colocado no passado, tem implicações nos dois diplomas", o Estatuto do Deputado e o regime dos altos cargos públicos e cargos políticos, "e é altura de uma clarificação ao regime sancionatório, no sentido de, enquanto o vício durar, entre outras coisas, haver perda da remuneração".

"Esta questão importa, porque hoje temos um regime sem sanção. De um dia para o outro facilmente se corrige a participação social na empresa, passa-se uma esponja sobre tudo, passando - com muitas aspas, permitam-me a expressão - a compensar o crime", argumentou.

Jorge Machado recordou a "experiência recente na subcomissão de Ética", em que uma interpretação com a qual o PCP não comunga acabou por vingar, fazendo com que deputados corrigissem uma participação social superior a 10% em empresas com negócios com o Estado, emendando uma situação que violava o Estatuto do Deputado.

"O senhor deputado ou outro titular de cargo político corrige o vício, altera a sua participação social para menos de 10%, isso faz sanar ou não aquilo que está para trás", questionou o deputado comunista.

O deputado do PS Pedro Delgado Alves convergiu que atualmente "o quadro é todo igual no Estatuto do Deputado" e que "toda esta legislação historicamente assenta numa ausência de gradação de gravidade", considerando que "esta é uma oportunidade para resolver".

"Devemos ter um regime que não seja necessariamente o mesmo quando se iniciam funções", argumentou, explicando que, num período inicial, deve haver um "momento de adaptação e transformação" entre, por exemplo, a função de deputado e a participação social em empresas, o que é distinto de se detetar alguma situação a meio do mandato.

A comissão eventual para o reforço da transparência está a trabalhar em alterações a diversos diplomas, entre os quais a lei de controlo público de riqueza dos titulares de cargos políticos, lei dos crimes de responsabilidade dos titulares de cargos políticos, o regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos e o estatuto do deputado.

Está ainda em discussão a criação de nova legislação para punir o enriquecimento injustificado, punindo a ausência ou falsidade das declarações de rendimentos, património e interesses.

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