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Lacão elogia "coragem" e"capacidade de compromisso" da UGT

O vice-presidente da Assembleia da República (AR) Jorge Lacão destacou hoje o "papel relevantíssimo e incontornável" da UGT na "história da democracia portuguesa", elogiando as suas "capacidade do compromisso" e "atitude autónoma no movimento sindical".

Lacão elogia "coragem" e"capacidade de compromisso" da UGT
Notícias ao Minuto

16:20 - 25/03/17 por Lusa

País Sindicatos

Falando na sessão de abertura do XIII congresso da UGT, que decorre hoje e domingo no Porto, Lacão sublinhou a "visão plural da sociedade", a "atitude autónoma no movimento sindical" e a "determinação em nunca largar de vista o espírito da reivindicação, aliado à capacidade de compromisso", que considera caraterizarem a central sindical.

Considerando que "muitas vezes é preciso coragem para assumir a capacidade do compromisso", o vice-presidente da AR salientou que é precisamente "através do compromisso que é possível encontrar caminhos nas sociedades complexas e contraditórias" da atualidade.

Caminhos que, disse, têm que assentar no "valor incontornável do respeito pelo trabalho e pela dignidade dos trabalhadores", sobretudo num tempo em que a "competitividade" e as "revoluções tecnológicas alteram de forma radical os padrões do trabalho".

Também presente na sessão de abertura do congresso, o presidente da Câmara do Porto saudou a escolha da cidade para acolher o congresso da UGT, recordando a ligação da Invicta "às lutas" da central sindical para "afirmação de um sindicalismo plural em Portugal".

Referindo-se às "dificuldades extremas" vividas pelos trabalhadores portugueses nos "extraordinariamente difíceis" últimos anos, Rui Moreira afirmou-se confiante de que "o pior está a passar" e apontou como "bons sinais" o "crescimento do emprego" e a capacidade de "atrair investimento", que "tem permitido criar emprego qualificado".

Contudo, disse, o país "não pode olhar de lado para o desemprego da mão de obra menos qualificada, cujo emprego foi destruído ao longo dos anos da crise", pelo que não se pode "ouvir com atenção as vozes daqueles que subitamente diabolizam, por exemplo, o turismo, que cria muito emprego e dá condições aqueles que estão há muito tempo estão desempregados e não têm qualificações para as novas tecnologias".

Também a representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e antiga ministra do Trabalho, Maria Helena André, recordou que os últimos anos têm sido "difíceis no mundo, na Europa e em Portugal", dominados por uma "crise financeira, humanitária e das desigualdades crescentes" e ainda por "incertezas políticas, económicas e sociais".

Numa altura em que se questiona "qual deve ser o modelo de desenvolvimento económico", Helena André considera "inquestionável" o papel dos sindicatos e do movimento sindical, para onde diz ser "fundamental trazer mais jovens, mulheres e migrantes".

Convicta de que "a procura de novos equilíbrios pode ser feita com respeito pelos valores e direitos, abandonando-se a ditadura da finança", a ex-ministra destacou a importância da UGT enquanto "ator ativo na mudança e no progresso" e na colocação da "convergência real entre os Estados-membros" no topo das prioridades europeias.

Durante o painel de convidados internacionais do congresso, a secretária-geral adjunta da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Monserrat Mir, afirmou também que "a Europa está a enfrentar momento muito difícil", com "elevados níveis de desemprego jovem" e um "aumento da pobreza e da desigualdade", que se traduzem num agudizar dos "populismos".

Defendendo que "sem aumentos salariais para os trabalhadores europeus" a Europa "não avançará", Monserrat Mir apontou como prioridade "a questão da igualdade do género", de forma a anular a atual "brecha salarial entre homens e mulheres".

Também referida pela responsável da CES foi a problemática dos refugiados, relativamente à qual considera que a Europa, que "sempre foi espaço de acolhimento", não está "a ir no bom caminho", e o "grande desafio" do 'Brexit', que "não deve implicar uma redução de quaisquer direitos adquiridos".

Jaap Wienen, secretário-geral adjunto da Confederação Sindical Internacional (CSI), contrapôs por sua vez o "orgulho" do Governo português "com os resultados dos programas de reformas" com a "realidade que demonstra que os salários reais em Portugal caíram nos últimos sete anos 0,7%".

"Os trabalhadores em Portugal merecem um verdadeiro aumento salarial depois dos tempos difíceis que atravessaram nos últimos anos", sustentou, defendendo "a necessidade de dar aos trabalhadores portugueses mais perspetivas para o futuro".

Também para o presidente do Comité de Juventude da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Tom Vrijens, a Europa "enfrenta um momento muito difícil", marcado pelas "mudanças demográficas, alterações climáticas, inovação tecnológica, pobreza e crescente desigualdade, estagnação económica e mudanças na produção e no emprego".

Transformações que, diz, "desafiam os sindicatos a imaginar o futuro do trabalho a longo-prazo", sobretudo numa altura em que, após "quase oito anos de crise económica", se assiste na Europa a uma "recuperação muito fraca", um desemprego "ainda inaceitavelmente alto" que supera os 40% em Espanha e na Grécia e um "escandaloso" desemprego juvenil, que afeta "em especial" as mulheres jovens e os trabalhadores migrantes.

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