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Parque Expo vai deixar saudades no Parque das Nações

Cinco anos depois do anúncio do fim da Parque Expo, os moradores no Parque das Nações, em Lisboa, lamentam que não se tenha dado seguimento ao trabalho desenvolvido pela empresa na gestão urbana daquele bairro.

Parque Expo vai deixar saudades no Parque das Nações
Notícias ao Minuto

08:07 - 30/12/16 por Lusa

País Moradores

Numa visita guiada, a presidente da associação de moradores "A Cidade Imaginada Parque das Nações" (ACIPN), Célia Simões, e um dos dirigentes, Carlos Ardisson, disseram à Lusa que a manutenção dos espaços verdes do bairro está "muito pior" e que "não tem comparação" com o trabalho desenvolvido pela empresa pública.

Com o início do processo de extinção da Parque Expo, a gestão urbana do Parque das Nações passou para a Câmara de Lisboa e, posteriormente, para a Junta de Freguesia, que merece muitas críticas por parte dos moradores.

Para justificar a sua posição, os responsáveis da ACIPN deram o exemplo das azinheiras ao longo da Avenida dos Oceanos: "Das 282 azinheiras, em setembro 181 estavam mortas, 33 aparentemente saudáveis e as restantes doentes".

"A Junta de Freguesia disse que as árvores morreram com uma doença. A Parque Expo fazia um tratamento [preventivo] duas vezes por ano. A Junta não continuou o tratamento", explicou Carlos Ardisson à Lusa.

Além das azinheiras, os moradores queixam-se também que as palmeiras só começaram a receber tratamentos preventivos quando começaram a morrer, os jardins deixaram de ser regados durante meses e há peças que ornamentam o parque danificadas e sem trabalhos de recuperação.

"Se calhar, agora a situação está um bocadinho melhor, porque para o ano há eleições", disse Célia Simões, acrescentando que a Parque Expo tinha "72 jardineiros diariamente a trabalhar e as coisas estavam impecáveis".

Pelas contas de Carlos Ardisson, o contrato de 90 mil euros/ano para a manutenção de todos os espaços verdes que a Junta de Freguesia celebrou com uma empresa "mal dá para dez jardineiros".

A iluminação do parque é, também, alvo de críticas, seja por estarem muitas lâmpadas desligadas ou avariadas, seja porque foram mudados muitos candeeiros.

"Todo o espaço foi pensado em torno da iluminação. Quem nos visse da ponte [Vasco da Gama] parecia que estávamos sempre em festa. Com a Parque Expo funcionava tudo. Desde que passou para a Câmara e para a Junta [a iluminação] passou a ter muitos problemas", frisou Célia Simões, acrescentado que "no Passadiço da Doca as luzes estão todas avariadas. À noite é uma escuridão".

Outra mudança que não compreendem ocorreu no Jardim da Música, onde durante 15 anos estiveram expostos e a funcionar equipamentos de madeira, que "foram substituídos logo quando a Junta de Freguesia assumiu a gestão urbana".

"Disseram que a manutenção era muito cara e que eram impróprios para o exterior", disse Carlos Ardisson.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações, José Moreno (PNPN), disse que os espaços verdes degradaram-se porque estiveram muito tempo sem intervenção entre a passagem da gestão da Parque Expo e a entrada em funções da Junta.

"De algum modo, isto foi terra de ninguém durante um período. Ninguém fez nada e tudo isto foi caindo. Além disso, o espaço público vai acusando o desgaste natural: os decks de madeira vão apodrecendo, as bombas de água dos vulcões vão entrando em falência e os sistemas de rega, ao fim de 18 anos, vão falindo", afirmou o autarca, acrescentando que a Junta está a tratar da recuperação do espaço público e que, "em meados de 2017, tudo estará pronto".

José Moreno frisou que "não há motivos para a preocupação de ninguém", porque "está tudo controlado e o pouco que falta será feito ao longo destes meses de inverno".

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