"Comunicação institucional não funcionou" nos incêndios de agosto
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafofo, disse hoje que a comunicação institucional entre a autarquia e o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) durante os incêndios da segunda semana de agosto "não funcionou".
© Global Imagens
País Paulo Cafôfo
"Se me perguntarem se a comunicação entre o presidente da Câmara Municipal do Funchal e o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil funcionou, não funcionou", disse Paulo Cafofo na Comissão Especializada Permanente de Saúde e Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Madeira, no âmbito da audição parlamentar sobre "Catástrofes Naturais e Incêndios".
A Comissão ouviu hoje os presidentes das Câmaras Municipais do Funchal e da Calheta.
O presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol não compareceu devido a motivos de saúde.
"Em termos institucionais a comunicação não funcionou; funcionou em termos operacionais", acrescentou.
Paulo Cafofo, autarca eleito pela coligação "Mudança" (PS; BE; MPT; PTP e PAN) realçou que o Plano Municipal de Proteção Civil foi ativado antes do Plano Regional, a partir do qual o comando das operações foi atribuído ao SRPC, nomeadamente ao coronel Luís Nery.
"A Câmara Municipal e a Comissão do Plano Municipal de Proteção Civil acataram todas as orientações que foram dadas pelo SRPC e pelo respetivo Comando", acrescentou, lamentando que a "articulação e coordenação" esteja toda concentrada "na mesma pessoa".
O autarca referiu ainda que, na freguesia de São Pedro, o primeiro dos 11 edifícios que arderam, foi um prédio devoluto, sem cobertura e com árvores e mato no seu interior, onde "funcionou uma cantina do Governo".
O presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, disse, por seu lado, que o "efetivo socorro" só chegou dois dias e meio depois porque as atenções, "como é compreensível", estavam centradas no Funchal.
Carlos Teles, autarca eleito pelo PSD, considerou ter havido "boa" articulação entre o município e o SRPC e revelou que 28% da área florestal (2.822 hectares) da Calheta foi consumida, quatro habitações foram afetadas e 29 palheiros arderam.
O presidente da Câmara Municipal da Calheta lamentou ainda que o Governo da República não tenha ainda apoiado, como o fez com o Funchal (1,025 milhões de euros), o concelho.
Ambos os autarcas sublinharam a necessidade da criação de medidas preventivas nomeadamente a limpeza de terrenos e apelaram a Assembleia Legislativa a legislar nesta matéria.
Na segunda semana de agosto, a Madeira foi afetada por incêndios que provocram três mortos, um ferido grave, danos parciais ou totais em 304 habitações no Funchal e dezenas de desalojados.
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