POUPANÇA NO MINUTO
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Mãe de Rúben teme que Governo prepare "saída airosa" dos iraquianos
Santos Silva admite declarar os filhos do embaixador 'persona non grata' caso não haja resposta quanto ao pedido de levantamento da imunidade diplomática.
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País Agressão
A mãe de Rúben Cavaco, o jovem de 15 anos brutalmente agredido pelos filhos do embaixador iraquiano em Portugal, em meados de agosto, em Ponte de Sor, reagiu este sábado ao mais recente anúncio do Executivo sobre a matéria. Os irmãos serão declarados ‘persona non grata’ caso o governo iraquiano não responda ou rejeite o pedido de levantamento da imunidade diplomática.
“Antes de mais e em primeiro lugar, é importante não esquecer que, se é verdade que os dois jovens iraquianos são os autores assumidos da bárbara agressão do meu filho, também é verdade que ambos já declararam publicamente que pretendem responder perante a justiça portuguesa pelos atos que praticaram”, começa por explicar Vilma Pires, dizendo que pretende saber “se o Governo português se está a preparar para dar o caso como encerrado com a expulsão dos dois jovens do território português”.
“É que se este crime ficar impune”, salienta, “não é por culpa dos dois jovens iraquianos, mas porque o Estado do Iraque avalizou o crime cometido”.
“Esta declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros português assusta-me porque dá a sensação de que tem conhecimento de que o governo do Iraque não vai levantar a imunidade diplomática e que apenas pretende agora, em estreita colaboração com o governo iraquiano, ganhar tempo e preparar a opinião pública para uma saída airosa que não belisque as relações diplomáticas entre os dois países, anunciando a solução que interessa aos iraquianos (a expulsão dos dois jovens iraquianos) como se fosse a única medida que o Governo português pudesse tomar”, desabafa a mãe de Rúben Cavaco.
No mesmo comunicado, Vilma Pires faz saber ainda que, apesar da vinda a Portugal de dois interlocutores do governo iraquiano, a família de Rúben nunca foi contactada no sentido de “encontrar uma solução que, pelo menos, ressarcir o menor dos prejuízos causados e do sofrimento vivido”.
Depois de tomar conhecimento da pretensão do ministro dos Negócios Estrangeiros – declarar os irmãos ‘persona non grata’ implica a sua expulsão de território nacional –, Vilma Pires teme que a vinda a Portugal dos interlocutores iraquianos tenha servido para “ganhar tempo para que a solução que mais convém aos dois governos se vá cimentando na opinião pública como inevitável”.
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