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As 'mil e uma vidas' das escolas encerradas
O jornal Público dá, este domingo, a conhecer um levantamento feito até março de 2014 sobre a ‘nova vida’ das quase quatro mil escolas encerradas em Portugal desde 2005. De capelas mortuárias, a casas, passando por postos de autoridades a restaurantes, são muitas as novas personalidades dados aqueles que, outrora, foram estabelecimentos de ensino.
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País Levantamento
Desde 2005, 4.197 escolas fecharam portas em todo o país. Umas permanecem abandonas e sem vida à vista, outras estão a ser alvos de projetos vários e algumas já assumem novas funcionalidades. Esta é a conclusão de um levamento feito, até março de 2014, pelo jornal Público.
Dos 308 municípios contactados pelo jornal, 269 apresentaram dados que permitiram concluir que, por exemplo no Norte do país, existiram concelhos em que o número de escolas fechadas rondou entre as 60 e 70. Mas há casos em que nem uma fechou portas.
Contudo, desta investigação torna-se importante destacar a nova vida que deram aos estabelecimentos de ensino fechados. Cerca de 70% das escolas assumem agora novas e variadas funções. Umas deram lugar a estabelecimentos prisionais, outras a esquadras da PSP ou GNR.
Há ainda uma escola, em Óbidos, que é agora uma livraria e outras que passaram a ser espaços culturais. Em Messines, Silves, a escola encerrada acabou por ‘desaparecer’ do mapa com a construção da barragem do Funcho.
Do total de escolhas fechadas, esclarece o Público, um terço representa agora espaços para associações, clubes ou números vários: da pesca à caça, passando pelos automóveis ou apicultura. Há ainda escolas que dão agora lugar a projetos de comunidade local, estando os mais novos e os mais velhos em destaque.
Apenas 35 das quatro mil escolas fechadas são agora casas. Maior é o número de estabelecimentos de ensino que passaram a ser capelas, casas mortuárias ou espaços para paróquias (87). Pelo menos 100 escolas deram lugar a locais de ensaio para ranchos e bandas filarmónicas.
Mas há ainda localidades que apostaram no comércio com o encerramento das escolas, passando a usar esses locais para a restauração, sejam cafés ou restaurantes.
A opção cultural mostra-se também frequente, existindo 40 ex-escolas que são agora museus, teatros ou bibliotecas. Contudo, algumas têm ainda o futuro por definir, estando à espera de alguém que as compre. 60 escolas foram vendidas ou estão à espera de o ser.
Os dados foram obtidos após recolha de informação no âmbito de um projeto de investigação em jornalismo computacional (REACTION).
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