Carlos Dâmaso, ex-autarca de Vila Franca do Deão, foi a primeira vítima mortal provocada pelos incêndios florestais que há várias dias lavram em Portugal continental. Desde o Presidente da República ao Governo e partidos políticos, foram vários os que reagiram à morte de Carlos Dâmaso.
O ex-autarca, um empresário agrícola de 43 anos, casado e pai de um filho, morreu enquanto combatia as chamas, segundo adiantou o presidente da Câmara da Guarda à Lusa.
O corpo foi encontrado na sexta-feira, 15 de agosto, numa propriedade da família, em Vila Franca do Deão, no munícipio da Guarda, onde o fogo começou pela manhã de sexta-feira, pelas 10h45.
Carlos Dâmaso, que foi presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão durante 12 anos, era novamente candidato às eleições autárquicas de outubro, por um movimento independente.
"Sentidas condolências" e "trágicas notícias"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos primeiros a reagir à notícia da morte do ex-autarca.
Marcelo Rebelo de Sousa "apresentou sentidas condolências ao presidente da Câmara Municipal da Guarda, pelo falecimento do antigo autarca Carlos Dâmaso, vítima de um incêndio que combatia na sua freguesia, solicitando que as transmitisse à família".
De salientar que o Presidente da República também adiantou ter interrompido as suas férias e "regressou ao Palácio de Belém", onde estará nos próximos dias a "acompanhar a grave situação dos incêndios rurais".
Também o Governo, através do secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, lamentou a morte do ex-autarca Carlos Dâmaso e enviou condolências à família.
O candidato presidencial António José Seguro, que no dia de sexta-feira visitou as áreas ardidas em Celorico de Basto, lamentou "a trágica notícia" da morte de Carlos Dâmaso "enquanto defendia a sua aldeia e os seus".
Os líderes partidários e deputados também se manifestaram quanto à morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão através das redes sociais. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, escreveu que "foi com profunda tristeza" que tomou "conhecimento da primeira vítima mortal dos incêndios que castigam Portugal este ano".
"Os meus sentimentos à família, a minha solidariedade com quem luta contra o fogo", disse.
Foi com profunda tristeza que tomei conhecimento da primeira vítima mortal dos incêndios que castigam Portugal este ano. Os meus sentimentos à família, a minha solidariedade com quem luta contra o fogo.
— mariana mortágua (@MRMortagua) August 15, 2025
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, salientou: "Portugal vive dias de terríveis incêndios, que destroem florestas, casas, sonhos e que, tragicamente, tiraram a vida de Carlos Dâmaso enquanto protegia a sua comunidade. À família e amigos, as nossas condolências e solidariedade".
Portugal vive dias de terríveis incêndios, que destroem florestas, casas, sonhos e que, tragicamente, tiraram a vida de Carlos Dâmaso enquanto protegia a sua comunidade. À família e amigos, as nossas condolências e solidariedade, em meu nome e do @LIVREpt.
— rui tavares (@ruitavares) August 15, 2025
Também Isabel Mendes Lopes, do Livre, apresentou os "seus pêsames e do Livre à família e amigos de Carlos Dâmaso, vítima dos incêndios que devastam o país". Mostrou-se ainda solidária "às populações e bombeiros" combatem os fogos.
Os meus pêsames e do LIVRE à família e amigos de Carlos Dâmaso, vítima dos incêndios que devastam o país. E toda a solidariedade às populações e bombeiros que os combatem.
— Isabel Mendes Lopes (@Isabel_ml_) August 15, 2025
Agora é tempo do combate. Logo depois, juntos, teremos de trabalhar para não vivermos mais verões como este.
Situação de alerta prolongada até às 23h59 de domingo
Na quinta-feira, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou que o Governo decidiu prolongar a situação de alerta devido aos incêndios até domingo, dia 17 de agosto.
A ministra sublinhou, ainda, que se mantêm todas as restrições e proibições impostas pela situação de alerta de risco agravado de incêndio.
Portugal, sublinhe-se, está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 2 de agosto.
Incêndios: Área ardida é segunda maior desde 2017
Os incêndios florestais consumiriam até quinta-feira, dia 14 de agosto, cerca de 75.000 hectares, mais de metade ardeu nas últimas três semanas, segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A aérea ardida este ano é nove vezes mais do que em igual período do ano passado e a segunda maior desde 2017.
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