Populares unidos em Paredes para travar fogo que desceu a serra do Alvão

Populares uniram-se hoje em Paredes, na serra do Alvão, Vila Real, para travar o fogo que se aproximou do cimo da aldeia, onde os pastores retiraram as cabras e vacas das cortes para os protegerem dentro da localidade.

Incêndios; Bombeiros; Fogos

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
12/08/2025 21:37 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Incêndios

Ana Silva está a viver há pouco tempo em Paredes e a sua preocupação foi com o barracão com feno, coelhos e galinhas. Consigo estavam cerca de mais 10 pessoas com giestas e "batedores caseiros" a tentar apagar os reacendimentos e travar a progressão das chamas para o seu barracão.

 

"Ao menos para proteger o feno do ano todo ou não vamos ter o que dar de comer ao gado", afirmou à agência Lusa, salientando que as pessoas se uniram para proteger também "o pulmão" de Paredes.

É a floresta de pinhal adulto que está a arder esta noite perto da aldeia, para onde se dirigiu hoje o incêndio que deflagrou a 02 de agosto, em Sirarelhos, no concelho de Vila Real. Esta é já a 25.ª quinta aldeia percorrida pelo fogo que serpenteou a serra do Alvão, já esteve em conclusão e reativou por duas vezes.

De Paredes, o incêndio progride para Benagouro e Vilarinho da Samardã.

Lá em cima da aldeia, junto com os populares estavam operacionais da Força Especial da Proteção Civil, pelo resto da aldeia espalharam-se bombeiros e militares da GNR.

"Eles fazem o que podem, mas a prioridade são as casas. Estou muito preocupada, logo isto no primeiro ano em que estou aqui a morar. Foi uma tarde de sobressalto", afirmou Ana Silva.

Adelaide Coutinho tem 55 cabras, dois cavalos e duas vacas que estavam na corte e que trouxe para junto de casa. As suas cabras estão agora, protegidas, num pequeno campo de futebol vedado.

"Tive que as tirar para as conseguir salvar. O incêndio passou lá, mas, graças a Deus, os meus filhos conseguiram salvar aquilo", afirmou.

As chamas destruíram os pastos para os animais. "E depois? Temos que tirar do bolso para lhe darmos de comer", salientou a pastora que ao mesmo tempo que falava com a Lusa regava também o quintal da sua casa com medo da queda de alguma faúlha.

Adelaide Coutinho referiu que não estava à espera que o incêndio chegasse tão perto da aldeia. "Foi muito assustador", afirmou,.

Mais em baixo, Jaime Coutinho também estava a regar a envolvente da sua casa e referiu suspeitar de fogo posto, lamentando "que não haja ninguém que ponha termo a isto". "Isto é tudo à mão, com isqueiros e com o que calha", considerou.

Marcelo Escaleira é emigrante em França e referiu que esta foi uma tarde de sobressalto. "O incêndio está muito perigoso e temos medo que nos cerque a aldeia", referiu.

À memória dos habitantes desta aldeia vêm outros incêndios que aqui bateram, em 2005, em 2017, em 2022 e, agora, outra vez em 2025.

"Está a arder o pulmão da aldeia que é a floresta de Paredes. Esta parte ardeu em 2005, ficou horrível, já estava outra vez bonito e, agora, de novo, tudo a arder", frisou.

Carla Mezia fala "num caos". "Do nada para o nada alastrou e foi mesmo tudo. É a nossa floresta que estava bonita, verdinha, dava-nos aqui muito ar e vai tudo embora", salientou.

Carla mostrou-se ainda preocupada com a sua casa e o terreno em frente a ela que "não está limpo, nem deixam limpar".

Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 21h15 estavam mobilizados para este incêndio 483 operacionais e 163 veículos.

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