Fogo em Trancoso volta a piorar. "Infelizmente não está como gostaríamos"

Incêndio em Trancoso tem, neste momento, duas frentes. Bombeiros não estão a conseguir chegar a uma das frentes, uma vez que a zona é inacessível a veículos. Proteção Civil espera agora que as chamas cheguem a um "estradão" para as combater.

Trancoso, incêndios
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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Natacha Nunes Costa com Lusa
12/08/2025 08:25 ‧ há 2 horas por Natacha Nunes Costa com Lusa

País

Incêndios

O Comandante Subregional do Oeste, Carlos Silva, fez um balanço, na manhã desta terça-feira, 12 de agosto, sobre o incêndio que lavra há vários dias em Trancoso e que está a ser combatido, neste momento, por 699 operacionais, apoiados por dois helicópteros.

 

Em declarações à RTP3, o responsável assumiu que a situação, "infelizmente não está como gostaríamos", uma fez que as chamas lavram em duas frentes, uma das quais inacessível aos bombeiros.

"Gostaríamos de ter o incêndio em resolução mas, infelizmente, mantemos duas frentes ativas, sendo que a frente mais próxima da Aldeia Velha está a ficar resolvida. Ainda está ativa mas, se tudo correr bem, durante a manhã de hoje, ficará resolvida e não oferece problema. Em relação à frente junto às populações de Corças e Castanheira mantém-se ativa. É numa zona inacessível a veículos. Foi feito combate com material sapador e com água até onde foi possível mas, infelizmente, durante a noite tivemos uma reativação mais abaixo dessa posição e os meios já não conseguiram fazer face a esta progressão das chamas", explicou, acrescentando que a progressão dessa frente foi de cerca de 3,5 km.

"A mesma está agora a chegar a uma zona que oferece uma descontinuidade por um estradão, será uma oportunidade que vamos aproveitar com meios terrestres e meios aéreos e na flanco oposto a essa estrada irá bater a uma zona agrícola mais perto das habitações, o que também oferece aqui uma garantia de sucesso para travar as chamas nessa frente", disse Carlos Silva, realçando que é preciso que a meteorologia ajude para que tudo corra bem, o que, para já não está a acontecer, uma vez que "o vento já se faz sentir nas terras mais altas, o que prejudica as ações de combate".

Questionado sobre a possibilidade de haver populações em risco, o comandante assegurou que, "de momento, ainda não há" e que se conseguirem "travar o incêndio neste estradão, Castanheira não estará em risco".

Já Corça e Reboleira nunca estarão em risco porque o vento acaba por estar a favorecer estas duas populações", afiançou.

Sobre os hectares ardidos, o Comandante acredita "que esteja na ordem dos 8.500 hectares", mas só pelo 12h é que vão receber um "novo levantamento".

A Câmara de Trancoso decidiu manter ativo o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil face "à situação de emergência causada pelo incêndio que afeta o concelho", e na sequência da reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil.

A autarquia já suspendeu a rega de espaços públicos e apelou à população para reduzir o consumo de água "ao estritamente necessário" e, com isso, contribuir para "salvaguardar este recurso essencial ao combate ao fogo".

O fogo do concelho já terá consumido 8.000 hectares, sobretudo soutos, olivais e vinhas, indicou na segunda-feira o presidente da Câmara, Amílcar Salvador.

Além do fogo, há mais três incêndios que preocupam as autoridades a decorrer em Portugal Continental: Vila Real, Covilhã e Tabuaço.

Ao todo, neste momento, estão cerca de 2 mil operacionais.

37 feridos, entre civis e operacionais

À agência Lusa, Pedro Araújo, oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), destacou num balanço pelas 23h de segunda-feira que nos quatro incêndios registaram-se 37 vítimas, entre civis e operacionais, que foram assistidos no local (sem necessidade de assistência hospitalar) ou considerados feridos ligeiros e transportados ao hospital.

Mais de 1.700 operacionais combatiam os fogos mais preocupantes às 4h15

Mais de 1.700 operacionais combatiam os fogos mais preocupantes às 4h15

Mais de 1.700 operacionais combatiam, pelas 4h15 de hoje, os quatro incêndios mais preocupantes em Portugal continental, em Vila Real, Trancoso, Covilhã e Tabuaço, de acordo com a Proteção Civil.

Lusa | 04:49 - 12/08/2025

Recorde-se que Portugal está em situação de alerta, devido ao risco de incêndio e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram uma área de quase 60 mil hectares este ano.

O Governo renovou a situação de alerta no país até quarta-feira, dia 13 de agosto, devido ao risco de incêndio florestal.

A renovação da situação de alerta tem como base dois motivos principais: a continuação de temperaturas elevadas em todo o país para os próximos dias e a diminuição de ignições devido às proibições determinadas.

Entre as medidas em vigor estão a proibição de acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.

A situação de alerta implica também a proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefatos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.

Leia Também: Mais de 1.700 operacionais combatiam os fogos mais preocupantes às 4h15

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