"Os membros eleitos do Conselho de Redação TV da RTP reafirmam o seu compromisso inabalável com a missão de informar com rigor, independência, responsabilidade e amplificam o apelo dos jornalistas portugueses no reforço desta exigência global: acesso imediato e irrestrito à Faixa de Gaza, respeito pelo estatuto internacional dos jornalistas e condenação veemente de todas as tentativas de silenciamento", vincaram, em comunicado.
O acesso à Faixa de Gaza, na Palestina, continua bloqueado para jornalistas estrangeiros e as petições internacionais Freedom to Report e Reporters Sans Frontières denunciam o apagão informativo imposto por Israel, que já resultou na morte de centenas de jornalistas palestinianos.
Neste contexto, os membros eleitos apelaram para que a RTP, "através do Serviço Público de Informação, se junte às demais cadeias de televisão e rádio internacionais na exigência urgente de acesso dos seus jornalistas à Faixa de Gaza, para que se possa dar voz aos que são silenciados, a denunciar a desinformação e a garantir que a verdade prevalece, mesmo quando ela é incómoda".
No ataque de domingo na capital do enclave palestiniano morreram cinco jornalistas da televisão do Qatar Al Jazeera, entre os quais um repórter bem conhecido dos telespetadores, Anas al-Sharif, de 28 anos, em relação ao qual o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) manifestou preocupações de segurança no último mês.
Além de Anas al-Sharif, morreram também o jornalista Mohammed Qraiqea e os operadores de câmara Ibrahim Zaher, Mohamed Nofal e Moamen Aliwa. O jornalista 'freelancer' Mohammed Al-Khaldi, que colaborava ocasionalmente com órgãos de comunicação locais, também foi morto no ataque.
Na nota enviada hoje, os membros eleitos do CR consideraram que "este bloqueio não é apenas uma violação dos direitos humanos", mas também "uma ameaça direta à democracia".
"Silenciar jornalistas, atacar órgãos de comunicação social, impedir a presença de observadores independentes no terreno e disseminar desinformação são práticas intoleráveis", salientaram.
O exército israelita admitiu ter matado os jornalistas e acusou Anas al-Sharif de estar ligado ao Hamas, apresentando como prova dois documentos cuja origem não detalhou e que não podem ser verificados, segundo a EFE.
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