Testeira em alerta pelo fogo que começou há 11 dias na serra do Alvão

Depois de o incêndio percorrer mais de 20 aldeias pela serra do Alvão, Vila Real, hoje é a população de Testeira que está em alerta por causa das chamas que queimam mato e pinhal por cima da localidade.

Incêndio em Testeira, Vila Real

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Lusa
12/08/2025 18:24 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Vila Real

Fernando Pimenta vive no topo da aldeia localizada numa das encostas da serra do Alvão. A agência Lusa encontrou-o com uma enxada na mão a olhar para o fogo que lavra lá em cima.

 

"Quando vier por aí abaixo vai dar que fazer a todos", comentou.

Este é já o 11.º dia deste incêndio que começou às 23:45 do dia 02 de agosto, já esteve em conclusão e, desde sábado, sofreu duas reativações, uma no sábado e outra na segunda-feira à tarde.

Desde que começou, este fogo já percorreu mais de 20 aldeias, serpenteando a serra entre os concelhos de Vila Real e de Mondim de Basto.

Na segunda-feira à noite chegou perto de Testeira, mas pelo lado de baixo. Hoje é pelo topo da aldeia, mas, ao mesmo tempo, têm-se verificado outras reativações pelo enorme perímetro deste incêndio, como em Cravelas, e até novas ocorrências no concelho de Vila Real.

"Isto está a ficar feio. Os meios aéreos abafaram, senão já estava aí", comentou Fernando Pimenta, sem retirar o olhar da serra onde há mato e pinheiros ainda pequenos e que provavelmente renasceram depois de outros grandes incêndios que já queimaram esta zona. Ali no meio estão também 40 colmeias.

No dia anterior, Fernando Pimenta deixou o trabalho que estava a fazer na zona da Campeã, por causa do aproximar do fogo da sua aldeia e hoje já nem foi trabalhar.

Uma das suas preocupações foi com os 11 burros, que foi retirar do terreno onde pastavam para os colocar em lugar seguro.

Ali no alto da aldeia tem a sua casa e o armazém e, por isso, diz que convém estar atento. "Quando se trata de ele [fogo] vir mesmo não é fácil e esta espera é angustiante porque pode correr tudo mal", salientou.

Aviões e helicópteros estão, desde amanhã, a operar na serra, mas o trabalho parece inglório, e as chamas continuam a avançar.

"Os meios aéreos tudo bem, mas terrestres andam aí umas carrinhas pequenas dos bombeiros, deviam ter aqui uns carros grandes. Vão mandá-los quando, depois de passar o incêndio? Já ontem [segunda-feira] vimo-nos aí atrapalhados e desde que passou o pior não faltavam aí bombeiros, carros grandes pequenos, era tudo e mais alguma coisa", salientou.

Testeira é uma aldeia pequena, que se enche de emigrantes no verão. Armando Rosa chegou há uma semana e disse estar preocupado principalmente com o anoitecer, depois de os meios aéreos deixarem de atuar e, por isso, realçou que é preciso estarem atentos à serra.

O fogo, referiu, percorre esta serra de "cinco em cinco anos ou de seis em seis". "Aqui já é um ritual", apontou.

Na segunda-feira, Célia Pimenta pegou em giestas para ajudar a apagar o fogo que se aproximou da aldeia, mas hoje diz que está serena porque já vê muitos bombeiros pela aldeia.

"Vivo no fundo do povo e vim dar uma volta para ver como está o fogo lá em cima. Até estou muito serena, faço confiança nos aviões, nos bombeiros e estou feliz porque hoje não está muito vento, porque se estivesse o vento que esteve no outro dia era um horror. Vamos ver no que é que isto vai dar", afirmou, lembrando que "está tudo muito seco".

De acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 17:30 estavam mobilizados para este incêndio, 422 operacionais, 144 viaturas e cinco meios aéreos

Num outro incêndio, que deflagrou pelas 16:21, em Vila Cova, também na serra do Alvão, concelho de Vila Real, estavam 25 operacionais, cinco viaturas e um meio aéreo.

Leia Também: Exército já mobilizou quase três mil militares para o combate aos fogos

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