Falso empreiteiro detido em Coimbra. Burlou clientes em milhares de euros

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, de 52 anos, suspeito de se fazer passar por empresário da construção civil, lesando várias pessoas, em milhares de euros, em diferentes partes do país.

empreiteiro, construção civil

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Natacha Nunes Costa com Lusa
02/07/2025 11:34 ‧ ontem por Natacha Nunes Costa com Lusa

País

Burla

Um homem de 52 anos foi detido, em Coimbra, por suspeitas da prática reiterada de crimes de burla qualificada, no valor de milhares de euros, revelou a Polícia Judiciária (PJ), esta quarta-feira, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.

 

De acordo com os inspetores, o suspeito abordava as vítimas, nas suas residências, identificando-se como empresário da construção civil, oferecendo os seus serviços.

Nesse contexto, o homem convencia as vítimas a efetuar pagamentos antecipados, a pretexto da necessidade de adquirir materiais, com a promessa de efetuar trabalhos, que nunca teve a intenção de concretizar.

Conta ainda a PJ, na mesma nota, que o mesmo homem é suspeito de outras burlas, em diferentes zonas do país, que se encontra, atualmente, em investigação.

O homem, que já tem antecedentes criminais, vai agora ser presente a primeiro interrogatório judicial, para aplicação das medidas de coação tidas como adequadas.

Vítimas são "pessoas mais frágeis e de mais idade"

Entretanto, o diretor da PJ do Centro, Avelino Lima, deu mais pormenores sobre o caso à agência Lusa. Segundo o responsável, o suspeito "fazia burlas em toda a região Centro, especialmente em pequenas aldeias e vilas. Fazia-se passar por construtor civil ou fazedor de obras de recuperação de casas e telhados, mas nem atividade tem declarada".

As alegadas burlas qualificadas deverão ser "mais de uma centena, embora o inquérito não tenha esse número de processos para já", e terão sido cometidas pelo menos desde o ano de 2024, ascendendo a milhares de euros.

O esquema consistia em abordar as vítimas, escolhendo "pessoas mais frágeis e de mais idade" e convencia-as a avançar com pagamentos, quer por transferência ou dinheiro vivo, para posterior início de obras que não se chegaram a realizar.

"Falamos de um indivíduo com histórico grande de burlas. Desde 1998 que tem condenações efetivas", informou o diretor da PJ.

Segundo Avelino Lima, neste inquérito, o valor das burlas ultrapassa os 100 mil euros.

No entanto, nele não figura a totalidade das burlas que terão sido cometidas.

Burlas com obras aumentaram. "Queixas são quase diárias"

O ano passado, a Associação Nacional de Proprietários (ANP) alertou para o facto das burlas com empreiteiros estarem a aumentar.

De acordo com a ANP este é um problema que atinge sobretudo as áreas metropolitanas das duas principais cidades do país, Lisboa e do Porto mas, como se pode ver no caso revelado hoje pela PJ, também já chegou a outras zonas.

"Temos casos de queixas contra empreiteiros que recebem o sinal e nem sequer começam as obras e, noutros casos, de empresas que abandonam simplesmente as obras porque já gastaram o dinheiro" revelou o presidente da ANP, António Frias Marques, na altura, em entrevista ao Correio da Manhã (CM), adiantando que "as queixas são diárias". 

Na altura, a ANP apelou aos proprietários e/ou senhorios para que sejam prudentes e cautelosos na contratação de obras.

O que fazer para evitar este tipo de burlas?

A Polícia de Segurança Pública (PSP) já tinha falado deste tipo de burlas e deixado, nas redes sociais, vários conselhos para evitar ser vítima deste tipo de crimes.

Primeiro deve verificar as referências. "Consulte outras pessoas que já utilizaram os serviços do empreiteiro e pergunte sobre a experiência delas", aconselham as autoridades.

Além disso, deve solicitar orçamentos detalhados, confirmar a legalidade da empresa e evitar pagar "grandes quantias adiantadas".

E não se esquece que deve também exigir à empresa um contrato detalhado das intervenções.

Caso suspeite de alguma irregularidade, pede ainda a PSP, denuncie o caso às autoridades competentes.

Leia Também: Procurado pelo Cazaquistão detido pela PJ fica em prisão domiciliária

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