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'Marcha dos pobres' cancelada. Organização fala em "tacanhez" política

Iniciativa gerou polémica entre as Juntas de Freguesia convocadas por não concordarem com a exposição das pessoas em situação vulnerável. A Associação Impossible já reagiu: "A pior pobreza em Portugal não é a material e social, mas a intelectual e ético-moral de tantos elementos incompetentes, tacanhos e desprezíveis da nossa classe política."

'Marcha dos pobres' cancelada. Organização fala em "tacanhez" política
Notícias ao Minuto

13:28 - 13/10/22 por Daniela Carrilho

País Sem-abrigo

A marcha e o piquenique organizados pela Câmara Municipal de Lisboa, em colaboração com a Associação Impossible – Passionate Happenings, foram cancelados.

Em comunicado, Henrique Pinto, líder fundador da associação, confirma o cancelamento da iniciativa, revelando que a organização manteve apenas um momento simbólico na Rua Augusta, na próxima segunda-feira.

“A Impossible - Passionate Happenings, organização promotora, decidiu manter do programa inicialmente divulgado apenas o momento final, ou seja, uma breve passagem pela rua Augusta, por volta das 16h, e sem a presença oficial de nenhum dos seus co-organizadores e parceiros. Ficam assim cancelados os outros dois momentos, as atividades ao ar livre, no Parque Eduardo VII e a Caminhada, que levaria os caminhantes-participantes do Parque Eduardo VII até à rua Augusta, descendo a Avenida da Liberdade”, refere o responsável, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

"Ainda que gravosa e preocupante, a pior pobreza em Portugal não é a material e social, mas a intelectual e ético-moral de tantos elementos incompetentes, tacanhos e desprezíveis da nossa classe política", atira Henrique Pinto.

O evento tinha como objetivo marcar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que será assinalado a 17 de outubro.

“Nunca vez alguma, ao longo dos anos, a celebração deste dia quis despir e mostrar ao mundo os abandonados, os coxos, os aleijados, os pedintes, os pobres, os dependentes de todo o tipo de substâncias, os sem-abrigo. Desejou, sim, proporcionar a todos os que nele participassem um 'dia bem passado'”, disse ainda.

O cancelamento, primeiramente avançado pelo Jornal de Notícias, surge após as críticas proferidas contra a forma como o evento estava a ser planeado.

O mesmo jornal revelou que o ponto de viragem se deu quando Laurinda Alves, vereadora da CML, pediu aos presidentes das Juntas de Freguesia para que identificassem indivíduos em situação vulnerável para participar no evento.

Henrique Pinto salienta, no entanto, que “não se trata de um recuo, ou de um dar a razão a quem a não tem, nem nunca teve. Trata-se tão simplesmente de uma posição que não deseja de todo dar mais espaço ou tempo de antena ao terrorismo da mediocre política em Portugal, sempre pronto a dinamitar as pontes que as organizações vão conseguindo construir e erguer, com abnegado esforço (...) Impõe-se também declarar que chegará também o momento, um dia, em que a ignorância intelectual e ético-moral de alguns elementos da classe política em Portugal não condicionará, como tem constrangido, a agenda das organizações, que em Portugal, trabalham noite e dia pelo bem-estar de todos os residentes em Portugal.”

A nota acrescenta que, ao contrário do que estava comunicado, Marcelo Rebelo de Sousa não irá marcar presença no evento.

O Notícias ao Minuto pediu reação, também, à Câmara Municipal de Lisboa, que remeteu esclarecimentos para a organização do evento.

Leia Também: Lisboa organiza marcha para os mais vulneráveis. Críticas não demoraram

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