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"As duas Europas estavam ali juntas e unidas no apoio à Ucrânia"

O historiador José Milhazes analisou o encontro de líderes da Alemanha, Itália, França com o chefe de Estado da Ucrânia e o seu homólogo romeno. A reunião aconteceu na quinta-feira, em Kyiv.

"As duas Europas estavam ali juntas e unidas no apoio à Ucrânia"

José Milhazes comentou, na quinta-feira, alguns dos acontecimentos mais recentes na Ucrânia, incluindo a visita conjunto do presidente de França, do chanceler da Alemanha e do primeiro-ministro da Itália a Kyiv. Os três líderes europeus estiveram reunidos com o presidente da Ucrânia, num encontro no qual também esteve o chefe de Estado da Roménia.

"O presidente romeno ali simboliza os membros da União Europeia que fizeram parte do bloco soviético - e isto é muito importante. Ou seja, as duas Europas, que às vezes se fazem sentir, ali estavam juntas e unidas no apoio à Ucrânia", afirmou, referindo-se à reunião de quinta-feira, após a qual os quatro líderes europeus declararam o seu apoio à Ucrânia, no que diz respeito à obtenção "imediata" do estatuto de país candidato à União Europeia - uma decisão que será anunciada no final do mês.

O historiador fez ainda questão de sublinhar qual a reação do ex-presidente da Rússia. "[Dmitry] Medvedev foi aos arames", notou, citando uma mensagem deixada pelo ex-governanante russo, que, na semana passada, sugeriu que a Ucrânia ira deixar de existir em dois anos.

"Os apreciadores de rãs, chouriço de fígado e esparguete visitam Kyiv. A utilidade é zero. Voltaram a promover a entrada da Ucrânia na União Europeia e prometeram obuses [artilharia] obsoletos, emborcaram copos de gorilka [vodka ucraniana] e regressaram para casa de comboio, tal como há 100 anos", escreveu Medvedev no Twitter.

"Ele traduziu para russo aquilo que os dirigentes russos disseram numa linguagem com um certo floreado", considerou o comentador habitual da SIC.

Durante a sua análise, José Milhazes falou ainda sobre o funeral de um jovem militar russo, que tinha 19 anos quando morreu, a 29 de março. Durante a cerimónia, um jovem tenente disse: "Morreu a cumprir o seu dever militar, juntamente com todo o batalhão - e este era constituído por 350 homens, que foram cercados e liquidados. Espero que o nosso comandante chefe Vladimir Putin tome rapidamente medidas, decisões certas, para pôr fim à loucura que aí [na Ucrânia] acontece", citou o professor, que analisou o impacto desta testemunho.

"Numa só notícia recebemos a informação de que, em determinado momento, foram liquidados 350 soldados jovens. Todos eles talvez muito jovens como este, de 19 anos, que se calhar nem teve tempo de fazer o recrutamento completo", referiu.

Ainda quanto aos apelos feitos ao líder russo, José Milhazes sublinhou que também há personalidades que se têm vindo a impor ao regime, tal como é o caso de Igor Denisov, antigo capitão da seleção de futebol do país, que escreveu ao presidente da Rússia a implorar pelo fim da guerra.

"Ele reconheceu que nos primeiros dias da invasão, em estado de choque, escreveu a Putin uma mensagem para que pusesse fim à guerra, sublinhando que estava disposto a ajoelhar-se perante ele e pedir que parasse com os combates", lembrou o comentador, acrescentando que nenhum órgão de comunicação russo noticiou este apelo.

"Ele também sublinhou que além de condenar a guerra,  apoiou a decisão da UEFA em banir as equipas russas de todas as competições", lembrou, citando o jogador russo: "Talvez me possam prender ou matar por estas palavras - mas digo o que sinto".

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