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Covid-19. CHUC desvenda novas pistas sobre duração da imunidade vacinal

A instituição propôs-se a investigar as respostas imunitárias de uma centena dos seus funcionários, tanto já recuperados da doença, como nunca infetados.

Covid-19. CHUC desvenda novas pistas sobre duração da imunidade vacinal
Notícias ao Minuto

12:06 - 01/02/22 por Notícias ao Minuto

País Pandemia

"A resposta imune é muito mais forte em indivíduos recuperados da infeção após uma dose de vacina, do que em indivíduos naïve [sem nunca terem estado infetados] após a toma de duas doses". É esta uma das conclusões do estudo realizado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) quanto à duração da resposta do sistema imunitário às vacinas contra a Covid-19, que desvendou novas pistas sobre a eficácia das mesmas.

A investigação teve como objetivo analisar “a resposta imune celular (mediada por linfócitos T) e mediada por anticorpos à vacina contra a Covid-19, ao longo do tempo”, em 100 dos funcionários daquela instituição, entre os quais 50 ‘naïve’, que nunca foram infetados por SARS-CoV-2, e 50 previamente infetados, mas já recuperados da doença.

Já aceite para publicação na revista científica ‘Clinical and Experimental Medicine’, o trabalho revelou que, “seis meses após a infeção por SARS-CoV-2, 48 dos 50 participantes recuperados mantinham proteção contra o vírus, ou pela presença de anticorpos IgG, ou por linfócitos T específicos”, começa por esclarecer Artur Paiva, investigador do Serviço de Patologia Clínica do CHUC, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

Ainda assim, “oito dos 50 participantes (16%) não apresentavam linfócitos T específicos para SARS-CoV-2”, adianta o clínico, acrescentando que “este dado é relevante porque está demonstrado que, em outros coronavírus, são os linfócitos T que asseguram a imunidade a longo prazo, desconhecendo-se, ainda, se esta circunstância também é válida para o SARS-CoV-2”.

O estudo verificou ainda “um aumento notável dos níveis de anticorpos IgG e IgA, e de linfócitos T específicos para SARS-CoV-2” após a administração de uma dose da vacina aos indivíduos recuperados da infeção.

Por seu turno, das oito pessoas “que não apresentavam linfócitos T específicos para o vírus, sete deles desenvolveram-nos após a vacina”, ainda que apresentassem “uma resposta imune consideravelmente mais fraca do que os restantes”.

“Estes dados levam-nos a colocar a hipótese de ser possível detetar precocemente indivíduos com fraca resposta à vacina e que, por isso, possam beneficiar de doses de reforço”, aponta o investigador.

Apesar de tudo, o estudo verificou “que a resposta imune é muito mais forte em indivíduos recuperados da infeção após uma dose de vacina, do que em indivíduos naïve após a toma de duas doses”.

Artur Paiva esclarece: “A vacina consegue mobilizar e ativar uma subpopulação de linfócitos T, os linfócitos T helper foliculares (Tfh), que têm a função de promover e regular a produção de anticorpos. Alguns estudos mostram que, durante a infeção por SARS-CoV-2, há diminuição da produção de linfócitos Tfh, e que estas células não funcionam devidamente, o que compromete a produção de anticorpos e resulta numa resposta imune pouco eficaz contra o vírus. De acordo com o nosso estudo, as pessoas que tinham sido infetadas há seis meses ainda apresentavam níveis baixos de linfócitos Tfh. No entanto, uma dose de vacina revelou-se suficiente para reestabelecer os níveis destas células”.

Assim, para o investigador, “a análise do comportamento de outras células imunes, e o acompanhamento dos indivíduos vacinados durante os próximos meses, vai permitir novas conclusões importantes sobre a proteção a longo prazo conferida pela vacina contra a Covid-19”.

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