Acidente MAI. "Apuramento não deve depender se A ou B ia a conduzir"
Presidente da República defende que o essencial é que decorra a investigação ao acidente que causou a morte de um homem na autoestrada A6, no Alentejo, e que envolveu o carro que transportava o ministro da Administração Interna.
© Getty Images
O Presidente da República defendeu hoje que o essencial é que a investigação ao acidente que envolveu o carro que transportava o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, decorra sem depender de saber "se A ou B ia a conduzir ou ao lado do condutor".
Questionado sobre o acidente que causou a morte de um trabalhador que fazia a manutenção da via, na autoestrada A6, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que o essencial é "apurar a matéria de facto" e que, para isso, existem as entidades competentes.
"Há um acidente com um veículo automóvel que, infelizmente, teve consequências mortais nesse cidadão, e as autoridades investigam quem quer que seja quem vai dentro do veículo", afirmou, ao lado do próprio ministro da Administração Interna, no final de uma visita à Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP. "Esse apuramento, de facto, deve decorrer e não deve depender se A ou B ia acontecer. O que for apurado é apurado."
Instado a comentar o caso, o ministro da Administração Interna afirmou que não era "o momento adequado" para o fazer, na presença do Presidente da República, apesar do incentivo do chefe de Estado.
Eduardo Cabrita afirmou apenas que "já foi noticiado o facto", e que, estando o inquérito a decorrer, nada mais tem a acrescentar.
O atropelamento que provocou a morte a um homem de 43 anos aconteceu há quase duas semanas, na autoestrada A6 - que liga Marateca à fronteira do Caia, em Elvas (distrito de Portalegre) -, no sentido Évora - Lisboa.
O homem, trabalhador de uma empresa que realizava trabalhos de manutenção da via, ainda "foi assistido", mas "acabou por falecer no local", assinalou a mesma fonte do CDOS.
Mais tarde, em comunicado, o MAI esclareceu que não existia sinalização para alertar os condutores dos "trabalhos de limpeza em curso" na autoestrada A6 quando a viatura do ministro atropelou mortalmente um trabalhador.
"Não havia qualquer sinalização que alertasse os condutores para a existência de trabalhos de limpeza em curso" na autoestrada, pode ler-se no esclarecimento enviado pelo ministério tutelado por Eduardo Cabrita.
O MAI disse então que o veículo "não sofreu qualquer despiste" e "circulava na faixa de rodagem, de onde nunca saiu, quando o trabalhador a atravessa".
"O trabalhador atravessou a faixa de rodagem, próxima do separador central, apesar de os trabalhos de limpeza em curso estarem a decorrer na berma da autoestrada", adiantou ainda o ministério.
Sobre outros pormenores, o MAI lembrou que está em curso uma investigação ao acidente, por parte do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) de Évora da GNR, escusando-se a prestar mais informações.
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