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Portugal tem "condições excecionais" para liderar diálogo UE-Moçambique

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, defendeu hoje que é do "interesse da União Europeia" ajudar Moçambique no combate ao terrorismo e referiu que Portugal "tem condições excecionais" para liderar o diálogo com as autoridades moçambicanas.

Portugal tem "condições excecionais" para liderar diálogo UE-Moçambique
Notícias ao Minuto

11:17 - 28/01/21 por Lusa

País UE/Presidência

"Consideramos que está no interesse da UE, no seu combate contra o terrorismo, antes que as organizações terroristas consigam consolidar a sua presença no norte do país, destabilizando Moçambique e, a partir daí, toda a África Austral e Oriental", afirmou o ministro da defesa durante uma audição na Subcomissão da Segurança e da Defesa do Parlamento Europeu (PE).

"Este trabalho de combate ao terrorismo requer um diálogo muito estreito com as autoridades moçambicanas e creio que o meu país tem condições excecionais para a promoção desse diálogo", sublinhou.

João Gomes Cravinho referiu que a UE tem de utilizar "um certo número de instrumentos" que estão à sua disposição, referindo que, num primeiro momento, deve focar-se na "formação de militares moçambicanos".

"Temos de trabalhar no domínio humanitário, porque há centenas de milhares de moçambicanos deslocados. Temos de trabalhar no desenvolvimento na região do norte de Moçambique, uma agência específica foi estabelecida com esse fim e vamos ter de a apoiar. Mas, num primeiro momento, vamos ter de trabalhar sobre a formação de militares moçambicanos para que possam responder à situação securitária no seu país", apontou.

Interrogado pelos eurodeputados sobre o eventual apoio que poderá ter dos outros Estados-membros no seu diálogo com Moçambique, Gomes Cravinho referiu que, desde que tomou posse como ministro, em 2018, houve "uma mudança muito importante na atitude dos países europeus no que é relativo ao continente africano".

"Penso que, em 2018, era sobretudo um tema para aqueles que tinham ligações históricas, geográficas, mais próximas com os países africanos. Hoje, a generalidade dos países da UE percebe que o que acontece em termos de segurança e estabilidade em África tem consequências para nós, europeus", frisou.

No que se refere a situação específica de Moçambique, Gomes Cravinho sublinhou que ainda se está "no início do processo eventual de criação de uma missão de formação de Moçambique" semelhante à Missão de Formação da UE no Mali (UETM).

"Mas estou convencido que irá haver uma sensibilidade da parte da generalidade dos países europeus", sustentou.

A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, o que levou as autoridades moçambicanas a pedir auxílio à UE.

Para melhor determinar o quadro de apoio a prestar às autoridades moçambicanas, Josep Borrell solicitou ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que se deslocasse a Maputo enquanto seu representante, o que sucedeu na semana passada.

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