Isolamento do Presidente deve ser tranquilizador e não "alarmista"
Marcelo Rebelo de Sousa colocou-se em isolamento profilático depois de um aluno de uma escola em Felgueiras - que visitou o Palácio de Belém - ter sido confirmado como um dos casos infetados com o novo coronavírus.
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Política Presidente da República
Em isolamento profilático voluntário desde domingo, 8 de março, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, refere que a iniciativa deve ser entendida como tranquilizadora e não alarmista.
"O que poderia causar alarme era saber-se - e sabia-se -, que a mesma escola daquela freguesia (Felgueiras) em que tinha sido detetado um caso - que não era isolado - , tinha estado em contacto com o Presidente da República e o Presidente está em contacto com centenas de pessoas", sublinhou Marcelo, em declarações via Skype a Miguel Sousa Tavares, durante o Jornal das 8, na TVI.
A Direção-Geral da Saúde, refira-se, tem vindo a referir que os testes devem ser feitos quando surge algum tipo de sintomatologia, o que não se aplicou a Marcelo Rebelo de Sousa, cujo resultado do teste já é conhecido, tendo sido negativo. "A minha ideia não foi pedir o teste, foi uma iniciativa das autoridades de saúde. Presumo por uma razão de acalmia social", afirmou, a esse propósito, o chefe de Estado, salientando que foi aconselhado a não esperar.
Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa celebrou o seu quarto ano como Presidente da República, admitindo que foram anos "muito mais difíceis" do que imaginava e que o quinto não aparenta ser menos difícil devido ao novo coronavírus contra o qual o mundo, incluindo Portugal, luta.
"O primeiro ano foi o pior de todos. Foi o ano de crise no sistema bancário e foi o ano de arranque de uma experiência nova que ninguém sabia como ia correr. O segundo ano, porque existiu a tragédia dos incêndios, que marcou o segundo semestre. O terceiro foi difícil porque a campanha eleitoral começou cedo demais e houve aquele semestre de inorganicidade e de tensões sociais. O quarto porque foi o ano todo de campanha eleitoral", apontou.
Orçamento do Estado vai demorar mais do que o previsto
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu esta segunda-feira a lei do Orçamento do Estado para 2020. Decisão? "Tinha previsto que estivesse pronto no fim de semana e vou ter de demorar mais", começou por referir.
Os pressupostos do OE2020, são, "muitos deles, ultrapassados", indica, referindo que na altura em que foi feito - em meados do ano passado - não era possível imaginar "as consequências económicas do vírus".
"Acho que o Orçamento é maleável e flexível para permitir ajustamentos, mas a sua execução terá de ser muito hábil atendendo aquilo que - se durar mais um mês, dois ou três meses -, o vírus pode representar no mundo, na Europa e em Portugal", admitiu.
Questionado sobre outras leis que terá para promulgar - nomeadamente a da eutanásia - o Presidente da República referiu que "gosta de ver o produto final antes de decidir".
"Em relação à eutanásia esperarei por ver o processo, que ainda é longo e complexo. Em relação à regionalização, não penso que a questão culmine numa lei até ao fim do mandato", salientou, destacando ainda que "na altura devida", dirá o que tem a dizer.
Quanto "mais candidatos houver, melhor para o país"
A recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República é ainda um incógnita e, para já, assim continuará. Questionado sobre se o seu estilo de presidência ainda se adequa, o chefe de Estado não tem dúvidas: "Integrar e incluir os portugueses era importante há quatro anos e é importante agora (...) é preciso alguém que una onde os radicalismos dividem."
Para o atual Presidente da República, quanto "mais candidatos houver [às presidenciais], melhor é para o país". "O país não pode ficar com a ideia de que há pessoas que se consideram na melhor situação para presidir a Portugal e que não avançaram. Devem avançar todos", fez sobressair.
A recandidatar-se, Marcelo Rebelo de Sousa espera "vários candidatos à esquerda e vários à direita".
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