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Famílias recebem ordem de despejo mas sem garantia de realojamento

Cerca de 20 famílias residentes em construções clandestinas na Quinta da Parvoíce, em Setúbal, foram notificadas para abandoná-las, segundo o pároco local, mas o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) diz não prever demolições que envolvam realojamentos.

Famílias recebem ordem de despejo mas sem garantia de realojamento
Notícias ao Minuto

18:20 - 24/02/20 por Lusa

País Setúbal

O pároco da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Bela Vista, disse hoje à Lusa que as famílias foram notificadas para abandonar até hoje as casas através de editais colocados nas construções clandestinas, porque iriam ser demolidas.

O padre Constantino Alves, que fez a denúncia pública da ameaça de despejo, advertiu que, entre os moradores sob ameaça de despejo, "há duas pessoas que estão em tratamento oncológico e uma deficiente motora" e defendeu a necessidade de se encontrarem soluções para o realojamento das famílias em causa.

Constantino Alves deu como exemplo o caso que ocorreu há cerca de cinco anos com 55 famílias que viviam em condições semelhantes nas instalações da antiga unidade industrial Mecânica Setubalense.

"A situação dos moradores na antiga Mecânica Setubalense acabou por ser resolvida com o realojamento de todas as famílias em casas desabitadas do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, mediante o pagamento de rendas sociais", disse Constantino Alves.

A agência Lusa contactou a Câmara Municipal de Setúbal, mas a autarquia sadina, que disse ter cerca de mil pedidos de habitação pendentes sem habitações disponíveis para atribuir, remeteu explicações para o IHRU, proprietário dos terrenos em causa.

Por sua vez, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação disse que o IHRU lhe garantiu não estar prevista a demolição de casas que envolvesse o desalojamento de qualquer família na área.

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação adiantou ainda que irá reunir-se na quarta-feira com o IHRU e a Câmara Municipal de Setúbal para analisar a situação relativa aos terrenos circundantes à Quinta da Parvoíce.

Em declarações à Lusa a propósito deste caso, o bispo de Setúbal afirmou hoje que o país não pode andar a processar pessoas que maltratam os animais e depois despejar pessoas que vivem em habitações clandestinas por não conseguirem suportar o aluguer de um apartamento.

"A nossa sociedade vai permitir que se coloquem pessoas na rua quando se fazem processos a alguém que trata mal dos cães", questionou José Ornelas.

O bispo de Setúbal referiu que há famílias a viver na Quinta da Parvoíce não porque querem, mas porque "foram obrigadas a abandonar as casas onde viviam, por não conseguirem suportar o aumento das rendas".

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