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Teatro Maria Matos em Lisboa cumpre hoje 50 anos de portas fechadas

O Teatro Maria Matos, em Lisboa, encerrado há mais de um ano e atualmente no meio de um processo judicial, foi inaugurado faz hoje 50 anos, sob direção artística de Igrejas Caeiro, com uma peça de Aquilino Ribeiro.

Teatro Maria Matos em Lisboa cumpre hoje 50 anos de portas fechadas
Notícias ao Minuto

08:37 - 22/10/19 por Lusa

Cultura Teatro

'Tombo no Inferno' foi a peça escolhida para a noite da inauguração do teatro, no dia 22 de outubro de 1969, uma sala que chegou a funcionar como estúdio de televisão no início dos anos 1970 e por onde passaram várias companhias até 1982, ano em que o espaço foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa.

Com a compra, o Maria Matos deixou de ter uma companhia residente (pelo espaço passaram, por exemplo, a Companhia de Teatro da RDP e a Repertório -- Cooperativa Portuguesa de Teatro), para passar a acolher 'projetos independentes e companhias mais pequenas de Teatro, Dança e Música', de acordo com informação disponível no 'site' daquele equipamento cultural.

Entre 1982 e 2004, quando fechou para uma 'intervenção de profunda remodelação', o Teatro Maria Matos foi palco de espetáculos de companhias e projetos como A Barraca, Teatro Infantil de Lisboa, o Bando, Companhia de Teatro de Lisboa, Teatro da Garagem, Escola de Mulheres, Companhia Paulo Ribeiro, CRINABEL -- Teatro, entre muitos outros.

As obras no edifício duraram cerca de dois anos (2004-2006) e implicaram "a remodelação da sala e dos bastidores, a melhoria da acústica, da iluminação, da climatização, o reforço da segurança e a eliminação das barreiras arquitetónicas".

O espaço reabriu em 27 de março de 2006, sob direção artística do ator e encenador Diogo Infante, com uma programação que incluiu "produções teatrais próprias e coproduções de vários dos festivais de artes performativas e de cinema em Lisboa".

Em julho de 2008, Diogo Infante demitiu-se do cargo, que abandonaria em setembro, alegando falta de meios para prosseguir o projeto que iniciara dois anos antes, naquele equipamento municipal.

Para o substituir foi escolhido o belga Mark Deputter, a viver em Lisboa desde 1995, que, ao apresentar a programação da temporada 2009/2010, a primeira da sua responsabilidade, definiu aquela estrutura municipal como "um polo dinamizador da criação independente em Lisboa".

E assim foi durante quase dez anos. Em agosto de 2017, foi anunciada a sua saída, mas também que deixaria a programação assegurada até 14 de julho do ano passado, dia em que o Teatro Maria Matos encerrou enquanto espaço com gestão municipal.

Em setembro do ano passado, o teatro deveria ter reaberto com um novo modelo de gestão, arrendado a agentes culturais privados, no âmbito de um processo de reestruturação da rede municipal de teatros.

Nesse contexto, a missão até então desenvolvida no Maria Matos passou a ser garantida no Teatro Luís de Camões (LU.CA), que reabriu em junho do ano passado, com programação para crianças e jovens, e no Teatro do Bairro Alto (antiga sede do Teatro da Cornucópia), reaberto este mês, mais virado para o experimentalismo.

A reabertura do Teatro Maria Matos com um novo modelo de gestão foi adiada, sem data prevista, depois de o resultado do concurso público para seleção do projeto artístico ter sido contestado.

A Força de Produção ficou em primeiro lugar na lista de classificação provisória, seguida da Yellow Star Company, em segundo, e da Meio Termo, em terceiro.

No entanto, a segunda classificada reclamou da decisão do júri, acabando mais tarde por impugnar a decisão em tribunal.

Em abril deste ano, a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, afirmou que o Teatro Maria Matos abrirá ao público após obras, mesmo que o processo judicial não esteja concluído.

Tanto a vereadora da Cultura como a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), contactadas pela Lusa, escusaram-se a fazer comentários sobre a situação do Teatro Maria Matos, enquanto decorre o processo judicial.

Entretanto, o Teatro Maria Matos deixou de constar da lista de espaços culturais do site da EGEAC, tanto da listagem dos que têm gestão municipal, entre os quais se encontram o Cinema São Jorge, a Casa Fernando Pessoa, a Galeria da Boavista ou o Museu da Marioneta, como da lista dos que têm protocolo de cedência, que inclui, entre outros, o Teatro Aberto, a Antiga Galeria da Mitra ou o Teatro Taborda.

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