Incidentes recentes entre o Irão e os EUA são "bastante perturbadores"
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, classificou hoje como "bastante perturbadores" os incidentes dos últimos dias entre os Estados Unidos e o Irão.
© Global Imagens
País Santos Silva
"Temos todos de ser muito razoáveis até porque os incidentes dos últimos dias são bastantes perturbadores, incluindo no domínio da segurança e militar", disse o chefe da diplimacia portuguesa em declarações aos jornalistas em Paris.
A tensão entre Washington e Teerão aumentou nos últimos dias, tendo os Estados Unidos acusado a República islâmica de preparar ofensivas contra os seus interesses no Médio Oriente e reforçado a sua presença militar no Golfo Pérsico.
Já hoje, os EUA ordenaram ao seu pessoal diplomático não essencial que abandone a embaixada de Bagdad e o consulado de Erbil por razões de segurança devido à escalada da tensão com o Irão.
Numa curta visita à capital francesa, Santos Silva sublinhou hoje que as sanções norte-americanas ao Irão são o ponto de divergência entre europeus e americanos.
"Temos uma divergência com os nossos amigos norte-americanos porque ao contrário deles, não aceitamos a lógica da extraterritorialidade das sanções decretadas pelos Estados Unidos da América. As sanções decretadas pelos Estados Unidos não vinculam a União Europeia", esclareceu o ministro.
O chefe da diplomacia disse esta manhã que considera os incidentes entre o Irão e os Estados Unidos como "bastantes perturbadores", mas que o Irão continua a respeitar o acordo nuclear estabelecido com os americanos e com os europeus.
"Fizemos um acordo com o Irão que demorou muito tempo a fazer-se, a estabelecer-se, com o precioso contributo da diplomacia norte-americana. Nos termos desse acordo, o Irão não cria armas nucleares e tem o seu programa nuclear civil sujeito a avaliação constante da parte da instância qualificada [...]. Até agora, essa agência fez 15 inspecções e em nenhuma delas diz que o Irão não está a cumprir a sua parte do acordo", afirmou o ministro.
Perante isso, disse Santos Silva, não há "nenhuma razão para denunciar o acordo", embora isso não signifique que não haja razão para repreender o Irão noutras questões.
"Isso não quer dizer que o Irão não coloque problemas noutras áreas, coloca e muito agudos quer no seu programa de misseis balísticos, quer nas violações constantes de direitos humanos. A União Europeias, ao mesmo tempo que participa neste acordo [nuclear], tem em vigor sanções ao Irão por causa de outras questões", esclareceu Santos Silva.
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