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Combustíveis: População de Escoural "tenta a sorte" fora da terra

A população da pequena vila de Santiago do Escoural, no Alentejo, "acordou" hoje sem gasóleo no único posto de combustíveis da terra e quem precisa de abastecer está a "tentar a sorte" em Montemor-o-Novo, a 15 quilómetros.

Combustíveis: População de Escoural "tenta a sorte" fora da terra
Notícias ao Minuto

14:12 - 17/04/19 por Lusa

País Alentejo

Uma funcionária do único posto de abastecimento de combustíveis de Santiago do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo (Évora), contou à agência Lusa que o gasóleo foi esgotado, na terça-feira, por volta das 19:00, depois de uma grande afluência de clientes.

"Temos gasolina e o gasóleo ainda é procurado, mas já não temos", indicou, referindo que, na terça-feira, chegaram a colocar um limite de "20 euros por abastecimento" para racionar o combustível existente.

O presidente da junta de freguesia, Duarte Luz, relatou à Lusa que, hoje de manhã, esteve nas bombas da terra e constatou que "só havia gasolina 98", observando que a população está a "tentar a sorte" em Montemor-o-Novo, a 15 quilómetros, ou em Évora, que dista quase 30 quilómetros.

"Os meus carros andam sempre meio ou pouco mais de meio" e para ir para o trabalho, em Montemor-o-Novo, "também não faço grandes consumos", assinalou.

Quanto aos veículos da junta de freguesia, o autarca frisou que, "por enquanto", também não há problemas de falta de combustível, uma vez que o depósito colocado no estaleiro da junta "tem à volta de 100 litros".

"Santiago do Escoural tem um lar e negócios de lenha e há pessoas que trabalham fora e essas abasteceram" os seus carros, mas "esperamos que [o impasse] não dure muito tempo, dois ou três dias ainda se aguenta", sublinhou.

Carlos Santos foi um dos habitantes de Santiago do Escoural que, na terça-feira à noite, foi obrigado a deslocar-se a Montemor-o-Novo para abastecer o carro e realçou que, mesmo assim, na sede de concelho, "só uma bomba é que tinha gasóleo".

"As pessoas começaram a saber disto na terça-feira à tarde. Quem costumava meter 10 euros por semana meteu 50 euros, com medo de ficar sem combustível, e o gasóleo acabou-se", acrescentou.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder "aos que se disponibilizaram para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a "situação de alerta" devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.

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