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Falta de água "não irá afetar" abastecimento público no Alentejo

O diretor da Administração da Região Hidrográfica do Alentejo admitiu hoje que está preocupação com a falta de água para os agricultores servidos pela barragem do Monte da Rocha, Ourique, mas acredita que não haverá problemas no abastecimento público.

Falta de água "não irá afetar" abastecimento público no Alentejo
Notícias ao Minuto

20:44 - 21/03/19 por Lusa

País Especialista

"A grande preocupação neste momento é a barragem do Monte da Rocha, que serve os concelhos de Ourique, Castro Verde, Almodôvar e parte dos concelhos de Odemira e de Mértola", disse o diretor da ARH Alentejo, André Matoso, que falava à agência Lusa depois de participar na `1ª Meia Jornada Agenda Arrábida Sado´, em Setúbal.

"Nos últimos quatro anos, não houve falta de água para abastecimento público em grandes aglomerados, graças à barragem do Alqueva. Em Mértola ainda há pequenas povoações onde tem havido falta de água, mas esse problema tem sido ultrapassado com a distribuição de água por camiões cisterna", acrescentou André Matoso, admitindo que a situação se poderá repetir este ano.

No que respeita ao abastecimento de água para a agricultura, André Matoso reconhece que poderá haver problemas para os agricultores da zona de Campilhas e Alto Sado, corroborando as declarações proferidas na quarta-feira pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que admitiu "limitações no uso de água para regadio" naquela região alentejana.

"Os agricultores que estão no perímetro de rega de Campilhas e do Alto Sado vão ter um problema, porque vivem da agricultura, da pecuária e não vão ter água que chegue. E as pastagens estão a começar a entrar em declínio", disse, salientando que este problema poderá ser resolvido dentro de dois anos, porque "já está a ser projetada a ligação da barragem do Monte da Rocha ao Alqueva".

Segundo André Matoso, por resolver continua ainda a situação da barragem do Pego do Altar, no concelho de Alcácer do Sal, que ainda não está ligada ao Alqueva e que, neste momento, está a cerca de 50% da capacidade de armazenamento de água.

"A Agência Portuguesa do Ambiente, os agricultores, Câmara de Alcácer do Sal e a EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, estão a estudar a possibilidade de uma ligação à barragem do Alqueva. Neste momento já existe uma ligação à barragem de Vale de Gaio. Vamos tentar também uma ligação ao Pego do Altar", disse André Matoso, ressalvando que se trata de um processo que está apenas a ser equacionado e que ainda não há uma decisão definitiva sobre a referida ligação do Pego do Altar ao Alqueva.

O diretor da ARH do Alentejo referiu ainda que, depois de concretizadas as ligações do Alqueva à barragem do Monte da Rocha e, eventualmente, à barragem do Pego do Altar, ainda há o problema do preço da água, que alguns agricultores consideram demasiado cara.

"Depois entramos noutra questão: os agricultores dizem-nos que a água chega, mas é muito cara. Mas essa já é uma questão que eu não posso discutir", disse André Matoso, acrescentando que continua a ser necessária uma sensibilização dos agricultores e da população para a poupança de água.

"O Alqueva foi projetado para rega de milho e algodão, nos anos 80, em que a tecnologia de rega era pouco eficiente - era rega por pivôs e canhões de água. Hoje em dia a rega é feita por sistema gota a gota, ou seja, é possível regar mais área, desde que haja inteligência. Se for a esbanjar não chega nem para metade", concluiu André Matoso.

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