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Pulseiras eletrónicas na Câmara de Braga? "A alguns trabalhadores punha"

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou hoje o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, de ter tratado os funcionários municipais como criminosos, quando aludiu a pulseiras eletrónicas para controlar a sua assiduidade.

Pulseiras eletrónicas na Câmara de Braga? "A alguns trabalhadores punha"
Notícias ao Minuto

14:42 - 13/03/19 por Lusa

País Polémica

Em comunicado, o STAL refere que se trata de um "ataque inaudito à dignidade" dos trabalhadores, revelador de "uma obsessão persecutória e de um intolerável desrespeito" por parte do autarca.

"Ao manifestar o desejo de usar tal meio [pulseiras eletrónicas] para controlar os trabalhadores, Ricardo Rio incorre numa flagrante falta de respeito, tratando como criminosos aqueles que diariamente prestam serviço na autarquia", acrescenta o comunicado.

Segundo o STAL, o caso registou-se na última reunião do executivo, quando o vereador da CDU, Carlos Almeida, interpelou Ricardo Rio sobre a necessidade da colocação dos torniquetes no edifício do Pópulo, lembrando que os trabalhadores já têm controlo de assiduidade e são obrigados a "picar o ponto".

Na resposta, e segundo um registo áudio divulgado pelo jornal Diário do Minho, Rio disse que há funcionários que "não são decididamente zelosos" em termos de assiduidade e que essas situações são de difícil escrutínio, pelo que foi necessário adotar "medidas extremas", traduzidas na colocação de torniquetes.

"Não podemos pôr pulseiras eletrónicas individuais em cada um dos colaboradores", acrescentou.

O vereador Carlos Almeida perguntou se, caso pudesse, punha as pulseiras aos colaboradores e Rio respondeu: "Em alguns, se calhar, punha".

O STAL, no comunicado hoje divulgado, "repudia, com veemência", estas declarações do presidente da Câmara, sublinhando que a pulseira eletrónica "é um instrumento de vigilância policial aplicado a condenados com penas de reclusão, isto é, a criminosos".

"Se Ricardo Rio tem conhecimento de que alguns funcionários não cumprem as suas obrigações, então a autarquia deverá agir exclusivamente sobre eles e não instalar um sistema suplementar de controlo que fere a dignidade e coloca sob suspeita todos os trabalhadores, a esmagadora maioria dos quais cumpre escrupulosamente os seus deveres", acrescenta o sindicato.

O STAL manifesta ainda "total disponibilidade para defender o bom nome" de todos os trabalhadores do universo dos serviços municipais de Braga e "exige que o edil bracarense se retrate e se abstenha futuramente de declarações caluniosas, gratuitas e sem qualquer fundamento contra os funcionários da autarquia".

A Lusa tentou ouvir Ricardo Rio, que se escusou a tecer qualquer comentário sobre o assunto.

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