Manifestação no local de alegadas agressões a jovem colombiana
Dezenas de pessoas manifestaram-se hoje em frente à paragem de autocarros, no Porto, onde, alegadamente, ocorreram agressões a uma jovem colombiana, para "consciencializar as pessoas que o racismo existe" em Portugal, explicou uma das organizadoras.
© Reprodução Facebook
País Porto
"Queremos romper o pensamento de que Portugal não é um país racista. Para podermos agir temos de consciencializar as pessoas de que o racismo existe", afirmou Luísa Barateiro, uma das organizadoras do Festival Feminista do Porto durante a manifestação.
"Mexeu com uma, mexeu com todas", "a nossa luta é todo o dia, contra o machismo, racismo e homofobia", "a nossa luta é todo o dia, somos mulheres e não mercadorias", foram algumas das frases de protesto das cerca de 20 pessoas que se juntaram em frente à paragem de autocarros onde, alegadamente, Nicol Quinayas foi agredida.
"A escolha do local foi simbólica", vincou Luísa Barateiro.
Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia e a viver em Portugal desde os cinco, alega ter sido violentamente agredida e insultada na madrugada de 24 de junho, no Porto, por um segurança da empresa 2045 a exercer funções de fiscalização para a empresa STCP.
A jovem colombiana preferiu não falar, dizendo apenas que "era demasiado difícil" voltar a estar no local.
Luísa Barateiro disse ainda que a concentração tinha também como objetivo "consciencializar as pessoas para a segurança privada", questão que acredita ter de "ser pensada por todos".
O Ministério Público abriu um inquérito para investigar o caso, revelou na semana passada a Procuradoria-Geral da República (PGR), numa resposta escrita à Lusa.
Depois de o caso se ter tornado público, inicialmente pelas redes sociais e depois pelos jornais, a SOS Racismo condenou a agressão à jovem Nicol Quinayas, que reside em Gondomar, no distrito do Porto.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu já um processo para a esclarecer junto da PSP o caso, também a empresa de segurança privada 2045 anunciado, em comunicado, que iniciou um processo de averiguações interno relacionado com a agressão.
A STCP indicou que abriu um "processo interno" para averiguação e a Câmara do Porto condenou de forma "veemente" o ocorrido.
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