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Diretora de instituição que gere lar em Olhão desmente acusações

A diretora da instituição sediada no Porto que gere um lar em Olhão que está a ser investigado pela Segurança Social (ISS), Inês Santos, desmentiu hoje as acusações de irregularidades que visam a direção do núcleo algarvio.

Diretora de instituição que gere lar em Olhão desmente acusações
Notícias ao Minuto

07:43 - 16/05/18 por Lusa

País ISS

O Instituto de Segurança Social tem em curso dois processos de averiguação a um lar que acolhe crianças e jovens em risco, em Brancanes, na freguesia de Quelfes, em Olhão, no Algarve, após uma denúncia anónima por alegada usurpação de verbas públicas e maus tratos físicos e psicológicos aos menores.

Em declarações à Lusa, a diretora da Obra Nossa Senhora das Candeias, Inês Santos, desmentiu as acusações que visam a direção do Núcleo Familiar de Nossa Senhora da Esperança, também conhecido como Casa de São Francisco, nomeadamente, a existência de irregularidades na gestão do património das crianças e jovens.

De acordo com a denúncia, a que a Lusa teve acesso, os jovens prestes a autonomizar-se "não têm acesso às suas contas" e é-lhes vedada informação sobre movimentos, existindo jovens "que saem da instituição sem poupanças", embora tenham recebido dinheiro por via de abonos, bonificações por deficiência, pensões de sobrevivência ou trabalhos de verão.

"Desminto tudo, porque eu verifiquei tudo", afirmou Inês Santos, confrontada pela Lusa com a acusação descrita na denúncia, observando que "é tudo redondamente falso", já que a maioria das crianças "nem sequer tem conta bancária", embora relativamente às outras crianças visadas "o dinheiro esteja lá".

No documento da denúncia, a direção e outros responsáveis do núcleo de Olhão são acusados de utilizarem o dinheiro que pertence às crianças "em usufruto próprio", ostentando "um nível de vida superior às suas posses", o que inclui a realização de viagens e o uso de roupa e acessórios de marca.

Inês Santos confirmou à Lusa que foi contactada pelo Instituto de Segurança Social para que entregasse várias documentações e informações, designadamente extratos de contas bancárias do lar de Olhão.

"na primeira vez pediram 45 documentos, entre os quais faturas e extratos de contas. Os últimos elementos que nos pediram seguiram no dia 23 de abril", declarou.

Inês Santos contou que teve conhecimento da denúncia relativa ao núcleo de Olhão pela Diocese do Porto e que quase todas as pessoas que lá estão já foram ouvidas pela Segurança Social.

"Tive conhecimento desta denúncia porque foi feita à Diocese do Porto. O anterior bispo, que entretanto morreu, António Francisco dos Santos, entregou-nos esta denúncia e nós contactámos o Algarve e constatámos que não é verdade", resumiu.

A denúncia foi também enviada para a Procuradoria-Geral da República, Polícia Judiciária, Instituto de Apoio à Criança (IAC) e Diocese do Algarve.

Fonte do gabinete de comunicação da Diocese do Porto confirmou à Lusa ter sido contactada pelo Instituto de Segurança Social, indicando que "tem mantido uma total colaboração" com a investigação e respondido "a todas as diligências e a tudo o que é solicitado desde janeiro de 2018".

Questionada sobre as queixas de que a diretora do núcleo algarvio (que remeteu explicações para a direção da instituição, no Porto) afasta deliberadamente as crianças das suas famílias, dificultando as visitas, Inês Santos disse não acreditar que esse seja o modo de atuação de uma pessoa que trabalha no núcleo desde o início.

Confrontada com o facto de a diretora do núcleo de Olhão alegadamente pedir às crianças e jovens que a tratem por mãe, a responsável nacional pela instituição confirmou que ouviu algumas crianças a chamá-la de mãe, embora outras não o façam.

A obra de Nossa Senhora das Candeias é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1958 e que tem como objetivos acolher, apoiar, educar e formar crianças e jovens.

No 'site' da instituição os núcleos familiares são descritos como "pequenas células de vida organizadas sob o modelo familiar", onde se criam "laços entre quantos neles se acolhem mutuamente".

Alguns núcleos familiares da Obra integram os Lares de Infância e Juventude, resposta social desenvolvida no âmbito de acordo de cooperação celebrado com a Segurança Social desde 1982.

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