Óvulos são cultivados pela primeira vez do início ao fim em laboratório
Pela primeira vez um óvulo foi desenvolvido em laboratório do princípio ao fim. Segundo os cientistas, o feito inédito pode salvaguardar a fertilidade de mulheres que sofram de cancro na infância.
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Uma equipa constituída por investigadores da Universidade de Edimburgo, da Royal Infirmary e do Hospital for Sick Children também em Edimburgo, e do Center for Human Reproduction, em Nova Iorque, conseguiu remover o tecido de ovário de bebés do sexo feminino e numa experiência inédita desenvolveram-no em laboratório, até esses óvulos estarem prontos para fertilização. O feito e as conclusões foram publicadas no Journal Molecular Human Reproduction.
A remoção de tecido dos ovários é um procedimento geralmente realizado em meninas que padecem de algum tipo de cancro e que se submetem a tratamentos invasivos, como a quimioterapia, que as pode deixar inférteis. Atualmente, os óvulos retirados são cultivados num ambiente controlado e reimplantados futuramente na paciente. Contudo, há o risco da doença cancerígena se desenvolver novamente, aquando da reimplantação dos óvulos.
Este último avanço científico permite que os óvulos sejam fertilizados também em laboratório. Diminuindo assim, segundo a comunidade científica a probabilidade do cancro voltar no futuro.
A coordenadora do projeto e professora da Universidade de Edimburgo, Evelyn Telfer afirma: “A capacidade de desenvolver óvulos humanos, do início ao fim num laboratório constitui um grande avanço relativamente aos tratamentos de fertilidade que existem atualmente”.
“Ainda estamos a otimizar as condições para que os óvulos se desenvolvam da melhor forma possível e a averiguar o quão saudáveis são. Mas, esperamos que no futuro seja autorizada, pelas entidades reguladoras, a sua fertilização em laboratório”, acrescenta a cientista.
O professor da Universidade de Manchester, Daniel Brison comenta que se trata “de uma grande desenvolvimento científico, alcançado 20 anos depois das primeiras experiências terem sido realizadas em ratos”. E conclui “ainda há muito trabalho a ser feito, mas estes avanços podem e vão de certeza abrir caminho na prevenção da fertilidade feminina, especialmente nas mulheres que são vítimas de cancros na infância”.
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