Incêndios: "Verdes" defendem mudanças na floresta e na Proteção Civil
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) defendeu hoje que além de uma mudança estrutural na floresta, é necessário uma mudança na Proteção Civil, manifestando pesar às famílias das vítimas mortais dos "inúmeros incêndios" que deflagraram no domingo.
© Global Imagens
Política PEV
"Depois do que aconteceu neste verão e neste outubro fica mais que claro que, além de uma mudança estrutural da floresta, há uma mudança necessária na Proteção Civil, para garantir a defesa de pessoas e bens, que importa impulsionar rapidamente", refere o PEV, em comunicado.
"O país precisa de medidas que eficazmente promovam uma adaptação às alterações climáticas, precisa do conhecimento técnico e científico ao serviço da prevenção e do combate as estas catástrofes, e precisa de meios de vigilância e fiscalização que combatam mãos criminosas e atos negligentes", acrescenta a nota.
O PEV reitera o "compromisso e empenho" assumido sábado no Conselho Nacional em "travar estas tragédias" e, por isso, "trabalhou e continua arduamente a trabalhar" para que se proceda a uma mudança na floresta.
"No sentido de ordenar este espaço e de lhe incutir uma maior carga de resiliência a estas agressões, designadamente travando a área contínua de eucalipto que funciona como um verdadeiro rastilho no que aos incêndios florestais diz respeito e promovendo uma floresta mais diversificada", sublinham "Os Verdes".
O PEV considera também que nesta fase, "ainda tão crítica, e especialmente quando as previsões climatéricas ditam riscos possíveis, é sempre preciso reforçar meios de proteção, sendo um imperativo convocar o máximo de meios civis e militares para o terreno".
Para este partido "fica também claro que a informação aos cidadãos é relevantíssima para orientar as pessoas sobre o que podem e não podem fazer numa altura em que o país arde em todas as frentes".
O PEV manifesta ainda "a sua forte solidariedade" para com os bombeiros nacionais, "que incansavelmente combatem o inferno dos fogos florestais, bem como a todos os que fazem frente a esta tragédia".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram, segundo o balanço das 19h30, pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Além da morte de um ferido grave no distrito de Viseu, que elevou para 36 o número de óbitos, registaram-se mortos em Vouzela (seis), Carregal do Sal (um), Nelas (um), Oliveira de Frades (um), Santa Comba Dão (cinco), Tondela (três) e na Autoestrada 25 (um).
No distrito de Coimbra estão contabilizados mortos em Penacova (dois), Oliveira do Hospital (cinco), Arganil (quatro) e Tábua (três). No distrito da Guarda morreram duas pessoas e no de Castelo Branco registou-se uma morte.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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