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Taxa Robles. Bloco quer, CDS não perdoa: E "taxa sobre vergonha na cara?"

O Bloco de Esquerda quer avançar com uma medida para travar a especulação imobiliária, considerando que a mesma tem condições para ser aprovada no Orçamento do Estado para 2019. Mas o CDS-PP não esquece o episódio que levou Ricardo Robles a sair da cena política depois de um verão quente.

Taxa Robles. Bloco quer, CDS não perdoa: E "taxa sobre vergonha na cara?"
Notícias ao Minuto

09:10 - 11/09/18 por Patrícia Martins Carvalho

Política Imobiliário

A agenda política do mês de julho ficou marcada por Ricardo Robles. O bloquista viu-se obrigado a abandonar o cargo de vereador na Câmara Municipal de Lisboa, bem como a comissão coordenadora da concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda. Em causa esteve o facto de ter colocado à venda um prédio em Alfama por 5,7 milhões de euros, quando o mesmo lhe tinha custado 347 mil euros.

A oposição não perdoou. Dirigiu-lhe as mais pesadas críticas e Catarina Martins, apesar de ter saído em defesa do vereador, não conseguiu fazer esquecer a celeuma, tendo Ricardo Robles desaparecido de ‘cena’, alegadamente, por sua própria iniciativa.

Volvidos dois meses, o assunto volta a dominar o espaço político. Porquê? Porque Catarina Martins afirmou, no passado fim de semana, que lhe parecem estar reunidas as condições para ser aprovada no próximo Orçamento do Estado uma taxa com o objetivo de travar a especulação imobiliária.

“O que o Bloco de Esquerda propõe, e que está a negociar desde maio com o Governo, é que à semelhança do que acontece com os movimentos especulativos de bolsa, quando alguém compra e vende num curto período e faz muito dinheiro paga uma taxa de imposto especial, também no imobiliário, para travar a bolha especulativa, quem compra e vende num curto período de tempo com muito lucro pague uma taxa de IRS particular, penalizadora”, elucidou a coordenadora bloquista.

Quem reagiu em força foi o CDS-PP através do seu porta-voz, João Almeida. Aos jornalistas presentes no Parlamento, o centrista acusou esta segunda-feira Catarina Martins de “demagogia” ao querer ver aprovada uma taxa com vista a travar o que o bloquista Ricardo Robles tentou fazer. Aliás, em tom irónico, João Almeida diz mesmo que tal tributação deveria ser denominada como Taxa Robles. E não se fica por aqui.

“A propósito da taxa que [o Bloco de Esquerda] propõe para a especulação imobiliária, a calhar vinha uma taxa sobre a vergonha na cara”, escreveu o centrista no seu perfil do Facebook.

Quanto ao Executivo de António Costa, João Almeida lançou um “repto para saber se o Governo quer fazer um orçamento responsável de sua iniciativa ou se, mais uma vez, está só preocupado com a gestão política e sobrevivência e vai acolher este tipo de propostas demagógicas para fazer mais uma manta de retalhos".

Bloco confiante na aprovação da taxa 

"Parece-nos ter todas as condições para ser aprovada no próximo Orçamento do Estado. É uma medida que o Bloco de Esquerda vem a negociar desde maio com o Governo", disse Catarina Martins, esta segunda-feira, à margem de uma reunião com moradores do Bairro de Santa Rita, junto à base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores.

Questionada pelos jornalistas sobre as críticas do CDS-PP, a coordenadora bloquista limitou-se a dizer: "Posso explicar a medida. Não comento outros partidos, comento e explico as medidas que o Bloco de Esquerda propõe".

Para a dirigente bloquista, a medida visa não só travar o "preço galopante das habitações" em algumas zonas do país e garantir o "direito à habitação", mas também combater um "sistema fiscal muito injusto", em que "é exigido muito esforço fiscal a quem vive do seu trabalho e muito pouco esforço fiscal a quem vive do património e do capital".

"Da mesma forma como nós lutámos nos orçamentos para baixar os impostos a quem vive do seu trabalho, como baixámos, por exemplo, o IRS [Imposto sobre o Rendimento das pessoas Singulares] com novos escalões, também encontrámos medidas que compensam o Estado indo cobrar impostos a quem tem muita riqueza e proporcionalmente paga menos. Para nós isso chama-se justiça fiscal", apontou.

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