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Presidente da Colômbia não vai negociar com a a guerrilha do ELN

O Presidente da Colômbia decidiu não enviar a Quito a delegação governamental colombiana que deveria retomar as negociações de paz com representantes do Exército de Libertação Nacional (ELN), informaram hoje fontes oficiais.

Presidente da Colômbia não vai negociar com a a guerrilha do ELN
Notícias ao Minuto

15:09 - 31/01/18 por Lusa

Mundo Juan Manuel Santos

"De acordo com a decisão do Presidente Juan Manuel Santos sobre a mesa de diálogos com o ELN, a Equipa de paz do Governo vai permanecer em Bogotá", afirmou o chefe da delegação oficial, o ex-vice-presidente Gustavo Bell, citado numa mensagem difundida pela conta de 'Twitter' da equipa negocial do executivo colombiano.

Na terça-feira, o ELN tinha apelado ao Governo colombiano para comparecer hoje no reinício das conversações de paz e "concluir um novo e melhor cessar-fogo", um dia após Juan Manuel Santos ter suspendido as conversações com a guerrilha após diversos atentados contra forças policiais durante o fim de semana no norte do país com um balanço de sete mortos e 47 feridos.

"Tomei a decisão de suspender a concretização do quinto ciclo de negociações que estavam previstas para os próximos dias enquanto não existir coerência por parte do ELN entre as suas palavras e os seus atos", anunciou o Presidente.

No seu comunicado, divulgado na terça-feira, a guerrilha guevarista recordou ter cumprido os "101 dias de cessar-fogo, apesar da ofensiva militar do Governo [da Colômbia] executada desde finais de outubro", quando, acusa, "assaltou os nossos acampamentos em Chocó e norte de Santander".

O ELN argumentou ainda que "a recusa do Governo em considerar essas operações ofensivas violou os acordos, e forçou-nos à nossa retirada em 15 de dezembro do mecanismo de verificação".

A guerrilha colombiana estabeleceu um "pobre balanço" do cessar-fogo desde a sua entrada em vigor em 01 de outubro, e responsabiliza o Governo colombiano de prosseguir uma ofensiva militar contra os seus dirigentes.

"Antes do cessar-fogo assassinavam um líder em cada três dias, durante o cessar-fogo e neste mês de janeiro passaram a assassinar um líder em cada dois dias", refere o texto do ELN.

"Desde o fim do cessar-fogo em 09 de janeiro que várias estruturas do ELN estão a responder à ofensiva militar ordenada em dezembro passado pelo ministro da Defesa", sublinharam ainda os dirigentes da guerrilha, fundada em 1964 na sequência de uma rebelião camponesa e que foi dirigida por figuras emblemáticas, como os padres Camilo Torres (1929-1966) e Manuel Pérez (1943-1998).

Os atentados atribuídos ao ELN do passado fim de semana ocorreram após o encontro em Quito, na semana passada, entre Gustavo Bell e delegados do ELN, para tentar retomar as negociações de paz, e garantir uma nova cessação das hostilidades.

O cessar-fogo bilateral esteve em vigor desde 01 de outubro, e terminou no passado dia 09 de janeiro.

O Governo colombiano e a guerrilha do ELN promovem diálogos no Equador desde fevereiro de 2017, apoiados pelo Brasil, Cuba, Chile, Noruega e Venezuela na qualidade de países garantes.

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