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Julgamento de militares é "clara mensagem" para a liberdade de imprensa

A Amnistia Internacional (AI) considerou hoje que o julgamento, esta quarta-feira, de cinco militares acusados de tentativa de homicídio de um jornalista em 2016, é "uma clara mensagem" para se respeitar a liberdade de imprensa no Lesoto.

Julgamento de militares é "clara mensagem" para a liberdade de imprensa
Notícias ao Minuto

07:57 - 12/12/17 por Lusa

Mundo Lesoto

"A imprensa deve exercer a sua função, sem estar a viver constantemente com o medo e com represálias", referiu a AI, em comunicado emitido em antecipação ao julgamento de um brigadeiro e quatro soldados.

Os militares da Lesotho Defence Force serão julgados pela tentativa de assassínio do jornalista Llyod Mutungamiri, na capital do Lesoto, Maseru, em 09 de julho de 2016.

"A nossa esperança é a de que, através de um julgamento justo, independente e imparcial, se faça justiça e os jornalistas no Lesoto possam prosseguir com o seu trabalho, num ambiente seguro", disse Deprose Muchena, diretor da Amnistia Internacional para a África do sul.

O atentado contra o editor do Lesotho Times foi perpetrado "duas semanas" depois de um artigo naquele jornal, que visava o responsável pelo LDF, Tlali Kamoli, por, alegadamente, ter recebido um suborno de quase 3,5 milhões de dólares (2,9 milhões de euros).

"O julgamento precisa de enviar uma clara mensagem de que alvejar jornalistas não é mais tolerado no Lesoto", sustentou o responsável da AI, qualificando de "deplorável" o ataque ao editor, que é também uma afronta ao "direito de liberdade de expressão".

Deprose Muchena frisou ainda que "não deve haver impunidade para todos os que procuram silenciar a liberdade de expressão através da violência".

Llyod Mutungamiri foi alvejado por duas vezes e deixado em estado crítico, com uma das balas a atingir o maxilar inferior, o que obrigou a delicadas intervenções cirúrgicas.

O jornalista foi forçado a abandonar a profissão e fugiu daquele país da África Austral.

Em 24 de junho de 2016, um dia depois da publicação da peça sobre Tlali Kamoli, Mutungamiri e Keiso Mohloboli, igualmente jornalista do Lesotho Times, foram interrogados pela polícia e por membros do LDF pelo que tinha sido publicado no jornal.

Mais tarde, em 05 de julho, quatro dias antes do atentado, Llyod Mutungamiri voltou a ser interrogado, desta vez juntamente com o proprietário do Lesotho Times, Basildon Peta.

Nesse mesmo dia, Peta foi acusado da prática dos crimes de difamação e injúria, após a publicação de uma coluna que satirizava a influência de Kamoli.

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