Meteorologia

  • 01 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 10º MÁX 16º

Eleições municipais na Venezuela decorrem em ambiente de normalidade

Mas de 19 milhões de venezuelanos são chamados hoje a votar para eleger os presidentes de 335 câmaras municipais, eleições em que o chavismo espera reafirmar o seu poder e pintar de cor única o panorama político venezuelano.

Eleições municipais na Venezuela decorrem em ambiente de normalidade
Notícias ao Minuto

12:58 - 10/12/17 por Lusa

Mundo Votos

As eleições decorrem num momento em que a oposição está amplamente dividida, depois de, nas regionais de 15 de outubro, o Partido Socialista Unido da Venezuela ter obtido 18 dos 23 governos regionais do país, resultados que a oposição insiste que não correspondem à realidade para além de denunciar manipulação de atas eleitorais, nomeadamente no Estado de Bolívar.

A televisão estatal cobriu amplamente a campanha dos candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), enquanto a oposição insistia em denunciar o uso dos recursos públicos com fins políticos, acusava o Conselho Nacional Eleitoral de parcialidade e dividia-se entre a defesa de participação nas urnas e a abstenção eleitoral.

Essa dualidade de apelos ao eleitorado levou a uma reduzida participação de membros da oposição como candidatos. a Muitos candidatos foram acusados por alguns partidos de estarem a "legitimar" o regime e, até, de "traição", como é o caso do ex-governador de Zúlia, Manuel Rosales, que regressou ao país depois de se ter "refugiado" no estrangeiro, esteve preso por suspeita de corrupção e foi ilibado por um tribunal venezuelano.

Com uma campanha centrada nas redes sociais, a oposição viu cair a sua credibilidade ao ser acusada de estar a efetuar negociações às escondidas com o regime e de não ter sabido impor-se perante as irregularidades das regionais, quando mais de sete milhões de venezuelanos participaram no plebiscito de julho último, contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte e para exigir a realização de eleições presidenciais antecipadas no país, que deveriam ocorrer em 2018.

Por outro lado, o chavismo tem visto também afetada a sua credibilidade, na sequência de escândalos de corrupção que envolvem altos dirigentes da empresa petrolífera estatal e por "recados", através do Twitter, entre alguns dos seus líderes, o que tem revelado a existência de lutas e divisões internas que os políticos do regime têm tentado negar.

As tensões políticas e a crise económica transformaram aquilo que seriam umas simples eleições municipais num ingrediente chave para demonstrar que o regime conta com um importante apoio popular. Não obstante as críticas da população que diariamente se debate com a escassez de alguns alimentos e medicamentos, a alta insegurança, com a subida diária dos preços, num país em que a inflação, segundo o Parlamento (onde a oposição detém a maioria), deverá rondar os 2000 por cento até final do ano.

O chavismo enfrenta ainda a falta de divisas (moeda estrangeira) para as importações, devido à queda, desde 2014, dos preços do barril de petróleo, a principal fonte de receitas do país, as quais são usadas, em grande parte, para financiar programas de assistência social, entre eles a venda subsidiada de bolsas com alimentos, nos bairros populares.

Nas eleições de domingo, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, podem participar 19.740.846 eleitores venezuelanos e 226.285 estrangeiros radicados no país, número pequeno, comparado com os milhões de portugueses, espanhóis, italianos, colombianos, peruanos, entre outros, que vivem no país, muitos dos quais possuem também dupla nacionalidade.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório