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Tensão nas instruções da ONU à Síria: "Evitem insultos" e "respeitem-se"

Boa educação, discrição ou proibição de gravar as discussões. As instruções dadas pela ONU aos participantes nas negociações de paz sobre a Síria ilustram o nível de tensão das conversações.

Tensão nas instruções da ONU à Síria: "Evitem insultos" e "respeitem-se"
Notícias ao Minuto

11:43 - 27/02/17 por Lusa

Mundo Conflito

"Respeitem-se mutuamente, não ponham em causa a legitimidade uns dos outros, assegurem-se de que as reuniões e conversas não são gravadas, utilizem linguagem adequada, evitem as injúrias e os ataques pessoais".

Estas são algumas das "instruções de base" contidas num documento entregue pelo enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, às delegações do regime, chefiada pelo embaixador sírio na ONU, Basahr al-Jafaari, e da oposição, pelo médico Nasr al-Hariri.

As instruções refletem uma tensão que é visível frequentemente, como no início formal desta ronda a decorrer em Genebra, no Palácio das Nações: Al-Jafaari e Al-Hariri, ambos de expressão grave e séria, deixando-se fotografar ao lado de Staffan De Mistura, habitualmente sorridente.

"Jafaari estava numa atitude de desafio, de braços cruzados, literalmente enfrentando-nos", relatou um diplomata ocidental à agência France-Presse.

De Mistura falou nessa ocasião da "responsabilidade histórica" das partes beligerantes em "não falhar" mais uma ronda negocial. A delegação do regime não aplaudiu e abandonou a sala imediatamente após o fim do discurso.

Do lado da oposição, a situação foi ainda mais tensa, porque a ONU convidou representantes dos chamados grupos do Cairo e de Moscovo, considerados próximos da Rússia, o que desagradou ao Alto Comité para as Negociações, que ameaçou boicotar a cerimónia.

"Houve fortes pressões dos representantes dos países que apoiam a oposição -- britânicos, alemães, franceses, emiratis, dinamarqueses, suecos, turcos. Pressionaram-nos a participar na cerimónia", relatou fonte próxima da delegação opositora.

Sinais de profundas divergências entre as partes, em guerra há quase seis anos. Um ambiente pesado no qual Staffan de Mistura se esforça por convencer as delegações a reunirem-se e abordarem as questões chave.

"Ele tentar evitar dramas, está permanentemente numa situação de equilibrista, com todos a caírem à sua volta. É muito difícil", explicou o diplomata ocidental.

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