Presidente da Colômbia afirma que novo referendo ia dividir colombianos
O Presidente da Colômbia rejeitou hoje referendar novamente as mudanças efetuadas no acordo de paz com a guerrilha por significar uma nova divisão da população colombiana que deve ser evitada.
© Reuters
Mundo Juan Manuel Santos
Em entrevista à televisão espanhola Antena 3, Juan Manuel Santos reconheceu ter aprendido a lição de não realizar um referendo quando é desnecessário.
A 02 de outubro, o Presidente colombiano submeteu a referendo o acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que os eleitores recusaram por uma escassa margem de votos.
As duas partes voltaram a reunir-se para introduzir alterações com base nas reivindicações dos opositores do acordo, que foram aprovadas pelo parlamento, mas não submetidas ao voto popular.
De visita a Espanha, depois de receber na passada semana o prémio Nobel da Paz em Oslo, Juan Manuel Santos admitiu que "é muito mais difícil fazer a paz do que a guerra" por ser necessária "mais habilidade e perseverança", implicando "aprender a perdoar e mudar os corações".
O chefe de Estado colombiano também evitou retomar a discussão com o antecessor na presidência Álvaro Uribe, um claro opositor dos acordos depaz.
"Não quero entrar em polémicas com Uribe, mas sim aplicar os acordos", sublinhou Santos, atribuindo a razões políticas muitas das críticas de que foi alvo durante o processo de diálogo com a guerrilha.
O presidente colombiano acrescentou que o novo acordo tem o apoio da "imensa maioria" dos colombianos, embora tenha reconhecido existir um setor que nunca estará de acordo. "É preciso conviver com eles", disse.
Sobre a descida da sua popularidade, Juan Manuel Santos considerou nunca ter governado "para estar bem nas sondagens" e que se o objetivo fosse esse "nunca teria iniciado" o processo de paz.
O chefe de Estado da Colômbia insistiu que "os vencedores" são os colombianos, depois de 52 anos de conflito armado e de milhões de vítimas, ao sublinhar que estas lhe deram uma "grande lição de vida" ao serem "mais generosas" e "mais dispostas a perdoar".
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