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Renovação no MPLA feita com 115 saídas que ficam aquém do definido

Menos de 40% dos atuais 311 membros do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) esperam ver a saída daquele órgão confirmada no congresso, número aquém do definido pelo presidente, José Eduardo dos Santos.

Renovação no MPLA feita com 115 saídas que ficam aquém do definido
Notícias ao Minuto

09:04 - 16/08/16 por Lusa

Mundo Angola

O VII congresso ordinário arranca na quarta-feira, em Luanda, e deverá confirmar a nova composição do Comité Central (CC) - órgão deliberativo máximo entre congressos -, cuja lista é liderada pelo presidente do partido, mas que fica abaixo dos 45% definidos anteriormente por José Eduardo dos Santos para a renovação interna.

O líder do MPLA estipulou, numa reunião do CC em novembro passado, antes de anunciar a sua saída da vida política, em 2018, que o processo de renovação da direção interna seria na ordem dos 45% dos "vários escalões previstos nos estatutos do partido".

Neste contexto, e tendo em conta os 311 membros do CC, seria necessária a saída de 140 elementos. Já a lista aprovada e a submeter a confirmação no congresso desta semana refere a saída de 115, mantendo-se grandes figuras históricas do partido, alguns dos quais ainda do período da guerra anticolonial.

"Foi observado o princípio da continuidade e renovação dos atuais membros do Comité Central, embora as percentagens preconizadas ficassem ligeiramente aquém do previsto", disse José Eduardo dos Santos, a 09 de agosto, na última reunião daquele órgão com a atual composição.

Além de o número de saídas ter ficado abaixo do definido anteriormente, o CC passa a ter 363 membros, o que representa 167 novas entradas, fruto deste aumento.

Atuais ministros como Afonso Pedro Canga (Agricultura), Augusto da Silva Tomás, João Baptista Borges (Energia e Águas), José Carvalho da Rocha (Telecomunicações), Luís Gomes Sambo (Saúde) ou Mpinda Simão (Educação) integram a lista.

O mesmo acontece com o general João Lourenço (Defesa), Bornito de Sousa (Administração do Território) e João Baptista Kussumua (Assistência e Reinserção Social), apontados por alguns círculos como integrando a lista restrita de possíveis sucessores de José Eduardo dos Santos.

Já ministros com pastas chave no atual momento do país, como Abraão Gourgel (Economia) ou Armando Manuel (Finanças) ficaram de fora da lista, que agora inclui nomes em ascensão na estrutura do partido, nomeadamente o novo embaixador itinerante de Angola, António Luvualu de Carvalho, ou o novo governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe.

"Nós exprimimos a todos eles [que saem do CC] os nossos agradecimentos pelo trabalho realizado e pelo zelo e dedicação com que se empenharam no cumprimento de todas as tarefas. Estou convencido que no âmbito da rotação de quadros, as instâncias competentes do partido os encaminharão para outras missões", disse José Eduardo dos Santos, na semana passada, antes de o partido divulgar publicamente a lista a levar ao congresso.

Neste processo ficou conhecido o caso do histórico Ambrósio Lukoki, que integrou a lista divulgada pelo partido no dia 09 de agosto, mas que alegadamente, segundo a imprensa local, devido a divergências com a constituição da mesma não aceitou a nomeação, tendo sido substituído.

Tido como próximo de Agostinho Neto, como primeiro presidente do partido e de Angola, e antigo diplomata, Lukoki ficou de fora da lista atualizada entretanto divulgada pelo MPLA.

Num momento em que persistem as dúvidas sobre a sucessão na liderança do partido e na candidatura do MPLA às eleições gerais de agosto de 2017, destaca-se a estreia de dois dos filhos de José Eduardo dos Santos no CC.

José Filomeno dos Santos (conhecido como 'Zenú') chega a este órgão proposto pela estrutura da juventude do partido, a JMPLA, e Welwistchea dos Santos (conhecida como 'Tchizé') proposta pela estrutura feminina do partido, a Organização da Mulher Angolana (OMA).

José Filomeno dos Santos tem sido recorrentemente apontado como possível sucessor do pai no partido, mas descartou anteriormente objetivos políticos, assim como Isabel dos Santos, que em junho foi nomeada pelo pai para a administração da petrolífera estatal Sonangol.

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