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Analistas de Bruxelas alertam para "perturbação" que vai afetar UE

Responsáveis do European Policy Center, um dos mais conceituados grupos de reflexão ("think tank") sobre assuntos europeus em Bruxelas, advertem para a "perturbação" que o resultado do referendo no Reino Unido vai provocar na União Europeia, a diversos níveis.

Analistas de Bruxelas alertam para "perturbação" que vai afetar UE
Notícias ao Minuto

11:17 - 24/06/16 por Lusa

Mundo Brexit

Num comentário ao resultado do referendo de quinta-feira, que ditou a saída do Reino Unido do bloco europeu, Fabian Zuleeg, diretor-executivo e economista-chefe do European Policy Center (EPC), e Janis Emmanoulidis, diretor de estudos do "think tank", sublinham que "o impacto direto na União Europeia (UE) será incerto e confuso", pois, além da questão de fundo que é "uma Europa enfraquecida globalmente", levantam-se "muitas questões práticas mas difíceis para resolver".

"O que é que vai acontecer ao orçamento da UE? Que papel vai desempenhar o Reino Unido na UE durante o período de negociação (da saída)? Até que ponto será o Reino Unido capaz de influenciar a agenda da UE internamente, incluindo, por exemplo, as negociações com os Estados Unidos sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP)?", questionam os analistas.

Observando que as negociações que agora decorrerão entre Reino Unido e UE sobre a saída -- e o novo quadro de relações entre as partes -, irão provavelmente ocupar a agenda europeia "nos próximos meses e anos", Zuleeg e Emmanoulidis receiam que, desta forma, "seja ainda menos provável que a UE leve a cabo as reformas necessárias para lidar com os desafios e crises" com que se confronta.

"Isto será agravado pelas pressões populistas nos principais partidos políticos. Em todo o lado, os populistas -- especialistas os nacionalistas de direita -- tentarão explorar o 'Brexit', argumentando que os seus países deveriam fazer o mesmo", dizem.

Os analistas do EPC consideram ainda que é pouco provável que a saída do Reino Unido, Estado-membro conhecido por ser constantemente um "travão" a muitas reformas na UE, permita à União ganhar um novo fôlego, sobretudo se a atitude dos líderes políticos não mudar, antevendo antes uma UE a continuar a perder terreno na cena mundial.

"Embora seja improvável que a UE se desintegre por causa do 'Brexit', o mesmo também não augura um novo começo para o processo de integração europeia. A UE pode prevenir um efeito de dominó se a 'saída' realmente significar 'saída', com todas as consequências negativas que tal acarreta, mas não é provável que tal leve a um novo 'momentum' nas reformas da UE", concluem.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em outubro, na sequência deste resultado,

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%.

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