Migrações: 45.000 migrantes bloqueados na Grécia, afirma porta-voz europeia
Há 45.000 migrantes bloqueados na Grécia devido à lentidão do sistema europeu de recolocação de refugiados e ao encerramento da fronteira pela Macedónia, afirmou hoje a porta-voz da representação da Comissão Europeia em Atenas, Klimentini Diakomanoli.
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Mundo CE
"Há neste momento cerca de 45.000 migrantes bloqueados na Grécia (...), dos quais 12.000 a 15.000 na zona de Idomeni [junto à fronteira] e cerca de 15.000 acampados em volta do porto de Pireu, em Atenas", disse a responsável numa videoconferência com jornalistas portugueses organizada pela representação da Comissão Europeia em Portugal.
"O fluxo continua, temos chegadas todos os dias. Só ontem [segunda-feira] chegaram cerca de 1.500 pessoas", precisou.
Em Idomeni, o posto fronteiriço grego junto à fronteira com a Macedónia, as pessoas "estão a dormir na lama" e recusam repetidamente ser transportadas para os centros de acolhimento montados pelas autoridades.
"Para eles é como voltar para trás", explicou. "Sentem que se se mantiverem ali, mais tarde ou mais cedo a fronteira vai ser reaberta" e vão poder seguir caminho para a Alemanha, destino que todos querem alcançar.
Questionada sobre que tipo de abordagem é possível fazer para apresentar outros destinos como alternativa, a responsável considerou que não existem no terreno condições para "um contacto estruturado".
A situação "é esmagadora", o número de pessoas "enorme" e as condições "tão difíceis" que as autoridades e os milhares de organizações e voluntários no terreno apenas podem "cuidar das necessidades básicas" dos migrantes, disse.
Segundo Diakomanoli, há na Grécia "uma perceção generalizada de que não há solidariedade de alguns dos outros Estados-membros" e de que "o sistema de recolocação não funciona porque não há vontade política" por parte desses Estados-membros.
O mecanismo de recolocação definido pela União Europeia em setembro de 2015 prevê a repartição de 160.000 refugiados chegados à Grécia e a Itália pelos Estados membros, mas até à semana passada, segundo dados da Comissão, apenas 937 pessoas tinham sido transferidas para outro país, 149 das quais para Portugal.
Tove Ernst, porta-voz da Comissão Europeia para as migrações, assuntos internos e cidadania, recusou apontar casos concretos, sublinhando que "todos os Estados membros tem de melhorar" a sua resposta ao mecanismo.
Entre os problemas que dificultam a transferência, Tove, que falava também por videoconferência, citou o "tempo excessivo na resposta aos pedidos de recolocação" por parte de alguns países, a definição de "requisitos excessivos" por outros e a não disponibilização de vagas suficientes.
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