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Paris e Londres sublinham ação contra redes de imigração clandestina

O governo britânico vai destinar dez milhões de euros, em dois anos, para acelerar pedidos de asilo e aumentar a ajuda humanitária aos migrantes e refugiados em Calais, norte de França, foi hoje anunciado.

Paris e Londres sublinham ação contra redes de imigração clandestina
Notícias ao Minuto

12:47 - 20/08/15 por Lusa

Mundo Calais

O acordo franco-britânico, que prevê o reforço da cooperação policial contra as redes de imigração clandestina, foi assinado pelo ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, e a homóloga britânica, Theresa May, na cidade portuária francesa.

O Reino Unido deverá conceder "meios suplementares" para garantir a segurança nos acessos ao túnel sob o canal da Mancha, gerido pela Eurotunnel, indica o acordo.

Os dois países vão também criar um "comando unificado", para lutar contra as redes de imigração clandestina, e uma "equipa conjunta" para aumentar o afastamento dos migrantes ilegais.

No plano humanitário, o acordo prevê "intensificar a observação" dos migrantes e refugiados para "identificar os mais vulneráveis e potenciais vítimas de traficantes", nomeadamente mulheres e crianças, para os informar e colocar em locais seguros.

"Isto implica capacidades de alojamento e cuidados para impedir o acesso a estas populações vulneráveis todos aqueles que procuram explorar" estas pessoas, indica o texto do acordo.

A ideia é também favorecer os regressos voluntários aos países de origem, com a criação de campanhas de informação e programas de ajuda ao regresso.

O acordo quer aumentar a capacidade de tratamento dos pedidos de asilo e neste âmbito "o governo britânico vai conceder uma ajuda (...) para criar alojamentos adequados, situados a uma distância significativa de Calais". O objetivo é "diminuir a pressão migratória" nesta região.

Em relação às medidas de segurança, "o Reino Unido vai garantir meios" para reforçar a segurança dos locais de acesso ao túnel e ajudar a Eurotunnel a "aumentar os efetivos das equipas de segurança". Uma nova sala de controlo vai ser criada e "serão destacadas equipas suplementares de busca da carga, 24 sobre 24 horas e sete sobre sete dias, para reduzir o número de passageiros clandestinos", indica o documento.

Para lutar contra as redes de migração clandestina, as polícias e autoridades de controlo das fronteiras "comprometem-se a reforçar ainda mais a colaboração operacional". O "comando unificado" visará "dissuadir e erradicar as atividades criminosas" dos contrabandistas, e a troca de informações será favorecida.

A nível internacional, os dois países querem intensificar o diálogo com os países de origem, e acordaram organizar "uma conferência de acompanhamento em Paris, com os restantes Estados-membros da UE, se possível até final do ano" e apoiar a Grécia e a Itália nos centros de triagem entre refugiados e migrantes económicos irregulares.

Antes da assinatura do acordo de cooperação bilateral, Cazeneuve e May declararam "a determinação" em lutar contra as "redes da imigração clandestina", durante uma visita ao local de entrada no túnel sob o canal da Mancha, no norte de França.

"Os contrabandistas devem saber que vão ser identificados, apanhados pela justiça e punidos (...), que estamos determinados a atuar para acabar com este tráfico abjeto, que origina tragédias humanas e mortos", disse Cazeneuve.

Milhares de migrantes oriundos do Médio Oriente, África ou Ásia chegam a Calais, depois de terem atravessado toda a Europa, para tentar entrar no Reino Unido, cujas portas se mantêm fechadas.

A tensão nesta zona conheceu um pico neste verão, com centenas de tentativas, todas as noites, de entrar nas instalações do túnel sob a Mancha, percorrido por comboios de transporte de camiões.

Durante o verão, o número de tentativas de entrada subiu até às 1.700, mas no início da semana desceu para entre 100 e 200, de acordo com as autoridades locais e a Eurotunnel.

"É preciso que um sinal muito forte seja enviado daqui, Calais, de que não se pode passar a fronteira que gerimos em comum, no âmbito de uma cooperação absolutamente exemplar entre os nossos dois países", insistiu o ministro francês.

Theresa May também sublinhou a necessidade de "esmagar os grupos criminosos" de contrabandistas e destacou "a redução" das passagens clandestinas. "Mas o trabalho deve continuar", disse.

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